quarta-feira, 29 de maio de 2013

Aterro consorciado do Cariri poderá ser o 1º do Nordeste


29/05/2013






Elizângela Santos/Alex Pimentel
Caminhão chega no lixão a céu aberto em Juazeiro, onde ainda há o problema. (Foto: Elizângela Santos)
O projeto do aterro consorciado ganha fôlego no Cariri, e poderá ser o primeiro implantado no Ceará e o único do gênero do Nordeste. Durante esta semana, uma comitiva de prefeitos das dez cidades da região que fazem parte do consórcio participam do Seminário Internacional sobre Gestão de Resíduos Sólidos, nos Estados Unidos, promovido pelo Banco Mundial. O projeto será feito por meio de parceria com a instituição financeira, municípios e governo do Estado. O município de Caririaçu foi escolhido para sediar o aterro.

Após várias análises das cidades que poderiam ser sede do aterro consorciado, houve a votação para escolha do local, mediante avaliação das condições ambientais da localidade. Audiências públicas com a finalidade de debater o assunto foram realizadas nas cidades de Caririaçu e Crato, com técnicos e a sociedade, no intuito de encaminhar o projeto.

A intenção, segundo o secretário das Cidades, Camilo Santana, é licitar a obra do aterro ainda este ano e iniciá-la até o final do ano. "Será um dos maiores benefícios para a região", diz ele. Os municípios têm até o mês de agosto de 2014 para acabarem com os lixões nas suas cidades e esse é um dos grandes desafios, conforme Camilo, enfrentado pelas administrações públicas. "Essa vai ser a primeira experiência consorciada do Nordeste", enfatiza o secretário.

O seminário está sendo realizado por meio do Departamento de Gestão de Risco Urbano e Desastres, do Banco Mundial, e foi reservado o dia de hoje, o debate sobre o aterro consorciado do Cariri. A maioria das cidades do consórcio envolve a Região Metropolitana do Cariri (RMC).

Um dos maiores problemas enfrentados para o encaminhamento do projeto foi com relação à escolha do município para a construção do aterro, em que deverá ser investido cerca de R$ 20 milhões. As avaliações técnicas da área foram realizadas por órgãos como a Superintendência de Meio Ambiente do Estado (Semace). Um dos principiais pontos a serem debatidos durante o seminário é a gestão de aterros sanitários regionais. O evento reúne em Washington (EUA)especialistas internacionais, regionais e autoridades.

Já na região do Sertão Central, passados quase dois anos, as prefeituras do Centro do Estado ainda não definiram detalhes da coleta e processamento do lixo de suas cidades.

"Desarticulados". Este foi o termo utilizado pelo prefeito de Quixadá, João Hudson Bezerra, a respeito do aterro consorciado na sua região.

Apesar de pouco mais de quatro meses como gestor público, ele pretende se empenhar pessoalmente na articulação e estimular os prefeitos das cidades vizinhas a agilizarem juntos a implantação do aterro. "O prazo estabelecido para substituição dos lixões está acabando", reconhece o gestor.

Em agosto de 2011, os prefeitos de Banabuiú, Choró, Ibaretama, Ibicuitinga, Quixadá e Quixeramobim haviam formalizado convênio de criação do Aterro de Resíduos Sólidos do Sertão Central. Na época eles se reuniram no Centro Cultural Rachel de Queiroz, em Quixadá. Segundo o grupo, era a última etapa para consolidação do consórcio.

Haviam definido uma área, entre os limites dos municípios de Quixadá e Quixeramobim, para implantação do aterro regional. Todavia, ainda não havia previsão para o início das obras. Aguardavam recursos financeiros do Governo do Estado.

Conferência

Ontem, foi realizada em Quixadá, a IV Conferência Regional do Meio Ambiente. Representantes de vários municípios do Centro do Estado e do Maciço de Baturité se reuniram no auditório do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) para discutirem cinco eixos temáticos: Produção e consumo sustentável; Redução dos impactos ambientais; Geração de emprego e renda; Educação Ambiental; Plano Estadual/Regional de Resíduos Sólidos.

Os participantes aproveitaram a oportunidade e abordaram também a implantação do aterro consorciado na região do Sertão Central.

No Seminário de Gestão Ambiental, realizado na semana passada, também em Quixadá, o prefeito de Pedra Branca, Pedro Paraibano, demonstrou uma realidade bem diferente da enfrentada pelo consórcio do Sertão Central. Ele se referiu ao outro extremo da região, unindo alguns municípios do Sertão Central, como Pedra Branca, aos do Centro Sul do Estado.

Segundo ele, o Consórcio de Municípios e Prefeitos das Regiões do Sertão Central e Centro Sul (Codesul) está adiantado em relação aos outros municípios do Estado. "Já adquirimos os terrenos para a construção do aterro sanitário e já pagamos algumas contrapartidas que cabem ao nosso município".

Fonte: Diário do Nordeste

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