Dos 129 casos confirmados, em 16 municípios cearenses, 87 foram em Fortaleza. Na última sexta-feira (18), a gripe A (H1N1) fez a quinta vítima fatal no Estado
O Ceará registrou a quinta morte por gripe A (H1N1) em 2012, a segunda ocorrida em Fortaleza. Já são 129 casos confirmados em 16 municípios cearenses, 87 deles na Capital. O óbito, divulgado ontem, aconteceu na sexta-feira (18) no Hospital São José. Uma mulher, diagnosticada com a doença no dia 8 de maio, apresentou a forma complexa da doença, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Vacinação contra a gripe acontece até o final desta semana, no dia 25, e apenas 40,7% da população-alvo cearense já foram imunizados.As informações disponibilizadas pelo diretor do São José, Anastácio Queiroz, dão conta, apenas, de que a paciente já chegou à unidade hospitalar em estado grave. “Ela foi direto para o respirador, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu”. O exame que confirmou a H1N1 foi liberado no dia oito deste mês e o registro de internamento da mulher é de 28 de abril.
Uma investigação com dados do prontuário médico da paciente fornecerá mais informações sobre o caso, como a existência de fatores de risco e a conduta médica executada. “Aparentemente, com as informações que tenho agora, ela não estava grávida, temos de saber se havia outro fator que justifique a SRAG”, explicou o coordenador de Promoção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca.
DOS 129 CASOS,
105 FORAM EM MULHERES
“O vírus está circulando e é possível que pessoas com gripe desenvolvam a SRAG”, destacou Manoel Fonseca. Conforme boletim técnico da Sesa, dentre os casos confirmados até o dia 18 de maio, a média de idade das pessoas acometidas foi de 26 anos e dos 129 casos confirmados, 105 foram em mulheres; destas, 46 eram gestantes.
Este ano, a primeira morte foi de uma jovem de 25 anos grávida, em Fortaleza; a segunda foi registrada em Beberibe, de uma paciente com 15 anos, não vacinada e sem fatores de risco. O terceiro óbito ocorreu no município de Mosenhor Tabosa, uma pessoa de 30 anos, não vacinada e que possuía fator de risco (pneumopatia crônica). A quarta morte aconteceu em Crateús.
A prevenção da H1N1 precisa ser reforçada no Ceará. O número de casos confirmados este ano é mais do que as confirmações de 2009 (72), quando o vírus foi identificado; de 2010 (28) e de 2011 (23), juntas. A quantidade de óbitos registrada nos três anos anteriores totaliza oito, cinco em 2010, três em 2009 e zero no ano passado.
IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO
Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Juazeiro do Norte e Granja são os municípios com menores índices de cobertura vacinal contra a gripe H1N1. A campanha de imunização termina na sexta-feira (25) e apenas 40,7% da população-alvo cearense receberam a dose. Até a manhã de ontem, 534.125 pessoas foram vacinadas no Ceará, conforme informações do Ministério da Saúde.
O grupo prioritário para vacinação são pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde que fazem atendimento à população com infecções respiratórias, crianças entre seis meses e menores de dois anos, gestantes em qualquer fase da gravidez e povos indígenas. Entre os adultos saudáveis, a vacina pode prevenir entre 70% e 90% de casos de gripe. Entre idosos, reduz as doenças graves e complicações em até 60%, e as mortes em 80%. A vacinação pode reduzir ainda entre 32% e 45% as hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade.
QUADRO CLÍNICO
- febre 38°C, tosse seca, dor de garganta, dor muscular, dor de cabeça e prostação
- o grupo prioritário apresenta, na maioria dos casos, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), caracterizada por dispneia (falta de ar)
- outros sintomas de alerta são aumento de frequência respiratória (> 25irpm) e hipotensão em relação à pressão arterial do paciente
- em crianças, além dos sintomas citados acima, é preciso observar os batimentos da asa de nariz, cianose, tiragem intercostal (retração inspiratória dos espaços intercostais), desidratação e falta de apetite
O Estado
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