
No documento em que prorrogou por mais cinco dias a custódia temporária
dos cinco acusados, o magistrado foi enfático ao afirmar que, "as
prisões são necessárias a fim de possibilitar a elucidação de fatos
relatados pelo Ministério Público, extremamente graves, visto que se
trata, em tese, da existência de uma grande e bem estruturada quadrilha
possivelmente infiltrada na Prefeitura do Município de Trairi, formada
por pessoas do primeiro escalão (primeira-dama, secretário da
Administração, vice-prefeito, candidatos e cabos eleitorais)".
Comandava
Conforme a Justiça, a principal acusada de comandar a compra de votos em
Trairi, com o uso da máquina da Prefeitura, é a mulher do prefeito
afastado, Sílvia Virgínia Aguiar. Além dela, também tiveram a prisão
prorrogada as seguintes pessoas, Euclides Andrade de Castro
(ex-secretário de Finanças), Elis Regina Vital, Maria Gorete Souto Pinto
e Gustavo Aguiar Viana (atual secretário de Administração).
Segundo o juiz, os cinco deverão permanecer presos já que não foram
ainda interrogados. Todos estariam envolvidos em "suposto crime de
corrupção eleitoral, praticado de forma sucessiva e reiterada, sem o
menor constrangimento".
Escutas
As investigações em torno do caso foram feitas pela PF em consonância
com a Procuradoria Regional Eleitoral e incluiu a quebra de sigilo
telefônico. Nas escutas, os investigadores descobriram ainda que "Sílvia
Virgínia Aguiar comandava todo o esquema" e, além do uso da máquina
municipal para a corrupção eleitoral, havia a prática de tráfico de
influência com o fim de reverter no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), à
base da politicagem, o indeferimento do registro de candidatura de
Francisco Magno Magalhães, bem como de ingerência junto ao Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM)para reverter o julgamento de desaprovação de
contas de Francisco Magno Magalhães".
O juiz decidiu revogar as prisões de Maria das Graças Barbosa, Francisco
Magno Magalhães, Francisco Flávio de Azevedo, José Evandro Cunha,
Rebeca de Castro Andrade, Antônio Barros Barbosa, Francisca Oneide
Benevides Azevedo e Antônio Eduardo, por terem colaborado com a
investigação do MP.
FERNANDO RIBEIRO/EDITOR DE POLÍCIA
Fonte: DN
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