quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Crato-CE: Polícia Federal faz batida no Comitê de apoio do candidato Dr. Cícero

 

 

 


Madson Vagner/Fonte: http://www.miseria.com.br
Viatura da Polícia Federal em frente ao Comitê. (Foto: Divulgação)

Uma viatura da Polícia Federal foi ao Comitê de apoio do candidato do prefeito Samuel Araripe, Cícero França (PV), ontem (04), pela manhã. A PF investiga denúncia de esquema de distribuição em massa da edição semanal do Jornal do Cariri que traz matéria sobre a empresa do candidato do PMDB Ronaldo Matos.

Segundo informações, o comitê localizado na Avenida Pedro Felício Cavalcante, 1879, subida do Granjeiro, estaria sendo o ponto de distribuição dos exemplares do jornal. A PF chegou após a saída dos carros, mas foi registrada, por populares, a presença de pelo menos cinco secretários e outros sete funcionários municipais, todos em horário de expediente.

O candidato Dr. Cícero não foi encontrado para falar sobre o assunto. A assessoria do candidato Ronaldo Matos, disse que a coligação está entrando está entrando com uma ação contra a coligação do candidato Dr. Cícero. A assessoria de Ronaldo confirmou ainda o registro de funcionários da prefeitura distribuindo o material em horário de trabalho.

Canhões apontados

Daqui para frente nada mais deve surpreender o eleitor. Estamos entrando na reta final e coisas estranhas vão acontecer daqui para frente. Nesse caso, que envolve o candidato Cícero França, acusado pela assessoria do Ronaldo, de se utilizar da máquina pública para difundir algo do seu interesse, a coisa não precisava ser assim. O Jornal é uma empresa privada de comunicação aberta. Era só indicar a compra do exemplar, sem precisar usar funcionários públicos, no horário de trabalho, para fazer a distribuição.

Até agora, com as informações chegadas, nenhum funcionário concursado foi visto fazendo o trabalho. Pelo que se sabe todos eram comissionados. Aí, pode estar a explicação para tantos cargos comissionados na prefeitura do Crato.

Agora a questão é: quanto vale um funcionário público comissionado, pago pelo cidadão? E essa é uma questão a ser debatida. Recentemente o Ministério Público obrigou a prefeitura do Crato a chamar os aprovados no último concurso público. O Termo de Ajustamento de Conduta, obrigou o município a nomear, até o dia 15 de agosto, “em número igual ao de servidores não concursados que foram admitidos após a Constituição Federal de 1988”.

A pergunta é: É, realmente, necessário que o Ministério Público intervenha para obrigar a contratação dos concursados? Essa deveria ser uma conduta normal da administração. A outra questão é que, provavelmente, todos os envolvidos na eram comissionados. E aqui a coisa deixa de ter somente o foco financeiro e entra na dignidade. Quem se presta a um papel desses é porque tem medo de perder o emprego, geralmente, indicado por força política, o que, coloca inclusive sobre dúvida a sua capacidade funcional.

Então voltamos a questão: quanto vale um funcionário público comissionado, pago pelo cidadão? Financeiramente vale mais que deveria e, nesse caso do Crato, eticamente, esse funcionário é dispensável.

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