quinta-feira, 18 de outubro de 2012

68% dos jovens cearenses casados não sobem ao altar

 

 

 

Especialista explica que muitas pessoas, atualmente, buscam o casamento muito mais no sentido de viver uma experiência amorosa, uma relação e uma história de amor, do que no sentido de formalizar a união (Foto: Fabiane de Paula/Diário do Nordeste) No ano de 2010, 68% das uniões entre jovens, de 15 a 24 anos, aconteceram de maneira informal. Os dados são do último Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados, ontem, e que aponta a proporção de pessoas que vivem por união consensual, ou seja, quando o casal vive sem a união civil ou religiosa, como a maior em crescimento no País em dez anos. Conforme o Censo, no Estado, 35,65% das uniões conjugais entre pessoas a partir de 10 anos, ocorrem apenas de forma consensual. Segundo o levantamento, das 388.310 uniões conjugais entre jovens no Estado no ano de 2010, 263.976 delas ocorreram de forma consensual, o equivalente a 68%. Já 61.837 dos jovens casados se uniram apenas no civil, representando 16% das uniões. O casamento civil e religioso ocorreu em 10,5% dos casos, com o total de 40.554 uniões, e a união apenas pelo religioso representa apenas 5,5% dos casos, com 21.943 casamentos. A auxiliar administrativa Diana Carmem Pereira dos Santos, de 21 anos, está casada de forma consensual há dois anos com o técnico em Informática José Valderlan Almeida Arruda, de 18 anos. Para ela, que tem planos de legalizar a união perante a Justiça, o fato ainda não aconteceu por questões econômicas do casal. Pais de uma menina de quatro anos, a jovem explica que, por ela, a união formal já teria ocorrido, mas por opção do companheiro, resolveram esperar por melhores condições financeiras. "Quando nos juntamos, ele apenas estudava e, hoje, ele espera por um emprego mais estável e uma casa melhor antes de oficializarmos a relação", explica Diana. Para a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Gênero, Idade e Família (Negif) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Maria Dolores Mota, essa é uma das questões que faz com que as pessoas busquem a informalidade nas uniões conjugais. Conforme explica, o casamento como ritual, hoje, se transformou em uma verdadeira indústria, onde é destinado diversos recursos, mobilizando, assim, diferentes setores para se construir a celebração. "É uma escolha que sai muito caro", diz. Relação Por outro lado, aponta, muitas pessoas atualmente buscam o casar muito mais no sentido de viver uma experiência amorosa, uma relação, e uma história de amor, do que no sentido de formalizar a união. Conforme ela, o casamento, nesse aspecto, muda de sentido, deixando de ser visto como uma obrigação, se tornando mais importante viver a relação de afetividade do que construir um ritual obrigatório. "Isso foi uma revolução muito grande do olhar das pessoas sobre o casamento. As pessoas querem viver uma liberdade maior e junto com isso há uma busca amorosa totalmente diferente de 50 anos atrás, e que só vem se acentuando com o tempo. Elas querem apenas conquistar o direito de amar", observa. Dados O percentual de uniões consensuais no Brasil cresceu em dez anos, passando de 28,6%, em 2000, para 36,4 %, em 2010, conforme dados do IBGE. Segundo aponta o Censo Demográfico, no Ceará, os números são ainda mais significativos. Com 692.045 uniões consensuais em 2000 para 1.219,171, em 2010, o Estado registra aumento de 76,16% nos casamentos informais, o topo do crescimento em se tratando de uniões conjugais. Em segundo lugar está o casamento civil, que passou de 485.010 para 621.716 em 10 anos, um crescimento de 28,18%, seguido dos casamentos religiosos, que passaram de 305.606 para 309.605, representando um aumento de 1,3 % no número de uniões. Já em se tratando do casamento civil e religioso, a mudança na proporção foi mínima. De 1.274.164 uniões em 2000 para 1.269.566 em 2010, o aumento registrado é de apenas 0,36%. Fonte: Diário do Nordeste

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