Uso do bafômetro hoje se restringe às blitze, que se intensificaram no
País todo depois da lei seca (Foto: Roosewelt Pinheiro/ABR)
A Câmara dos Deputados analisa proposta que determina a instalação de
bafômetros em veículos de frota. Pela proposta, o condutor deverá fazer o
teste de nível alcoólico sempre antes da partida do veículo. Caso o
resultado seja acima de um parâmetro pré-estabelecido, a partida será
bloqueada. A medida está prevista no projeto de lei do deputado Manato
(PDT-ES).
De acordo com a proposta, a instalação do aparelho será obrigatória em
veículos destinados ao transporte escolar, em táxis e em frotas de
caminhões, ônibus e vans. Esse será um item de fábrica obrigatório para
veículos desses tipos produzidos a partir de 2014.
O autor do projeto explicou que esses aparelhos já foram testados nos
Estados Unidos e na Suécia. Segundo ele, o custo de instalação seria de
aproximadamente R$ 1 mil por veículo. “É um valor baixo se comparado aos
prejuízos e acidentes caríssimos que a direção combinada com álcool
pode acarretar. Ademais, as empresas teriam um gasto que, com certeza,
seria mínimo em relação aos enormes prejuízos causados por acidentes no
trânsito que, espera-se, diminuiriam muito”, argumentou.
Pelo texto, as empresas que descumprirem a nova regra estarão sujeitas a
multa. Além disso, os condutores condenados por dirigir alcoolizados e
causar acidentes terão penas mais duras.
O valor das multas, o tamanho das penas e os níveis de álcool permitidos
no organismo dos motoristas serão definidos em um regulamento
específico elaborado pelo Executivo.
Mais punições
O especialista em trânsito Luís Miura disse que o comportamento dos
condutores que continuam infringindo a Lei Seca é uma questão cultural,
indo além da simples criação de leis mais duras. “O brasileiro é mal
acostumado a cumprir leis. Enquanto não houver fiscalização rigorosa,
pressão forte, continuaremos com problema”, explica.
O pesquisador de trânsito da Universidade de Brasília (UnB) e
especialista em políticas públicas de transportes, Artur Morais, disse
que o brasileiro vai começar a respeitar a lei a partir do momento em
que ela cumprir o objetivo proposto. “Não é o aumento do valor que vai
fazer a pessoa cumprir a lei, é a fidelidade da pena. Quando o cidadão
tiver a certeza de que ela será aplicada igualmente a todos e com rigor,
vamos começar a respeitá-la”.
Fonte: O Povo
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