Atualizado em
04/03/2013 01h16
Ele teria se encontrado em motel com Macarrão antes do crime.
Procurado, ele não quis se pronunciar sobre as acusações.
Bruno e a ex-mulher Dayanne Rodrigues vão a júri popular a partir de segunda-feira (4). Ele é acusado de mandar matar Eliza para não pagar pensão alimentícia ao filho, Bruninho. Dayanne responde pelo sequestro e cárcere privado do filho de Eliza com o goleiro. O julgamento acontece no Fórum de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O julgamento do Bola, que foi desmembrado, está marcado para o dia 22 de abril.
De acordo com o Ministério Público, o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, conhecido como Zezé, teria se encontrado com Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no motel em Contagem (MG) onde estavam Eliza e o filho. As investigações apontam uma intensa troca de telefonemas entre os dois, antes e depois da morte da jovem.
A promotoria afirma que vai denunciar o policial. “O Ministério Público tem convicção da participação do Zezé. Ele pode ser responsabilizado pelo homicídio, pelo sequestro de Eliza e de sua criança e também pela ocultação do cadáver da moça”, afirmou o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro.
A hipótese de um encontro em um motel em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, surgiu após análise das antenas das quais as ligações entre Zezé e Macarrão se originavam. De acordo com o Ministério Público, entre o segundo dia do sequestro de Eliza e a noite do crime, houve 39 ligações.
Em determinado momento, os telefonemas são feitos com os homens a mais de 20 quilômetros de distância um do outro: Macarrão estaria no motel e Zezé na casa dele. Uma hora depois, os telefones usam a mesma antena, ou seja, estavam na mesma região.
"As antenas são claras, eles se conheciam. Eles se encontraram", afirmou o promotor.
No domingo passado (24), Jorge Luiz Lisboa revelou que, enquanto Eliza e o filho eram mantidos sequestrados no motel em Contagem, Macarrão recebeu um telefonema. O fato teria acontecido cinco dias antes da morte da ex-amante de Bruno. Zezé é quem teria telefonado a Macarrão, segundo as investigações.
“O telefone dele tocou e, ai, ele pegou e falou assim: ô, Jorge, fique aqui que eu vou ter que sair rapidinho. Eu falei ‘normal’. Saiu, e eu peguei e fiquei. Foi uma coisa de maia hora, ele ficou lá para o lado de fora”, afirmou o primo de Bruno.
José Lauriano Ferreira foi procurado pela reportagem na casa onde mora, mas ele não estava. Por telefone, ele não quis comentar a investigação.
Mais um suspeito
Outro policial suspeito de envolvimento na morte de Eliza, segundo o Ministério Público, é Gilson Costa. O policial trabalhava com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para quem desempenhava funções administrativas. Entre o início do sequestro de Eliza e o dia das prisões dos suspeitos, Gilson e Bola trocaram ao menos 50 ligações. Ele foi acusado junto com Bola pela morte de dois homens em 2008.
Gilson Costa disse ao Fantástico que a troca de telefonemas entre ele e Bola ocorreu porque os dois têm propriedades próximas e, enquanto Gilson viajava a Ituiutaba, no interior de Minas Gerais, Marcos Aparecido dos Santos tomava conta da residência. “Tenho uma casa próximo de onde a casa dele era arrendada, e por eu estar viajando, eu sempre ligava pra ele para ele olhar para mim lá”, contou.
Costa também afirmou estar trabalhando fora de Belo Horizonte na época do desaparecimento de Eliza e nega o envolvimento no crime.
Os nomes de Zezé e Gilson já haviam sido identificados no início das investigações, mas só agora eles estão sendo formalmente ligados ao crime. De acordo com o promotor Henry Wagner, isso ocorreu devido à complexidade do caso. “Isso decorre do amadurecimento, mesmo do olhar que se lança sobre um caso tão complexo”, disse.
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, reclamou da entrada de novos investigados ao caso, o que, segundo ele, atrapalha o processo. “Essa ideia de fazer essa investigação agora é para tumultuar o processo e para criar uma dúvida maior. O mais absurdo é que se pretende, se pretendia, que Bruno fosse levado a julgamento sem menor conhecimento dos jurados de uma investigação buscando novos autores”, afirmou.
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