quinta-feira, 4 de abril de 2013

Julgamento de acusados de matar extrativistas no Pará é retomado


  Atualizado em 04/04/2013 10h41

Acusação e defesa fazem debates nesta quinta-feira, 4, em Marabá.
Réus e testemunhas foram ouvidos no primeiro dia de julgamento.

Do G1 PA
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Julgamento dos acusados de assassinar o casal de extrativistas José Cláudio e Maria do Espírito Santo entra no segundo dia. (Foto: Fabiano Villela/TV Liberal)
Foi retomado às 8h30 desta quinta-feira (4), no fórum da Comarca de Marabá, no sudeste paraense, o julgamento dos acusados de matar o casal de extrativistas José Cláudio e Maria do Espírito Santo no município de Nova Ipixuna, em maio de 2011. Este é o segundo dia do julgamento que iniciou na última quarta-feira (3).
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Os réus são os irmãos José Rodrigues Moreira e Lindonjonson Silva Rocha, acusados de serem os executores do crime, e o fazendeiro Alberto Lopes do Nascimento, tido como o mandante do homicídio. O motivo do crime seria a disputa por terras no município de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará.
A sessão no plenário foi aberta pelo juiz Murilo Simão e deu início ao debate entre a promotoria e os advogados de defesa. Familiares das vítimas, estudantes de direito, advogados, representantes de movimentos sociais e a imprensa lotam o espaço que tem capacidade para 90 lugares. O magistrado autorizou a gravação de áudio e imagens nesta quinta (4).
A Promotoria é a primeira a falar. Os promotores Danyllo Colares Pompeu e Bruna Rebeca Paiva de Moraes têm duas horas e meia para apresentar a tese que pede a condenação dos réus. "Os indícios são muito robustos, tanto que nenhum réu responde em liberdade. No entendimento do Ministério Público, não há a menor dúvida (de que os acusados participaram do crime). As provas, inclusive periciais, são contundentes", afirmou em entrevista ao G1 o promotor Colares.
Em seguida, os advogados Arnaldo Ramos de Barros e Vandergleisson Fernandes terão a vez de fazer a defesa de José Rodrigues e Lindonjonson Silva. Alberto Lopes terá será defendido pelo advogado Erivaldo Santez. O advogado Vandergleisson Fernandes acredita na absolvição dos seus clientes. "Estamos confiantes, o processo é cheio de falhas. A vítima era ameaçada há uma década por carvoeiros e madeireiros, e quem está no banco dos réus são agricultores inocentes. Estou convicto da absolvição. Existe uma série de contradições, aberrações jurídicas, que serão elucidadas nos debates", disse o defensor dos irmãos José Rodrigues e Lindonjonson Silva.

José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento voltam ao banco dos réus nesta quinta-feira (4) no Fórum de Marabá. (Foto: Tarso Sarraf/ O Liberal)
Após os debates entre a Promotoria e os advogados de defesa dos acusados, o júri, formado por três homens e quatro mulheres que representam a sociedade, irá decidir se os réus são culpados pelo assassinato do casal de extrativistas. A previsão é que a sentença seja divulgada ainda nesta quinta-feira (4).
Entenda o caso
José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram mortos no dia 24 de maio de 2011. Eles estavam em uma moto na zona rural de Nova Ipixuna quando foram abordados pelos assassinos, que atingiram o casal com disparos de uma cartucheira após eles passarem por uma ponte. José Cláudio teve uma das orelhas cortadas quando ainda estava vivo.
Os peritos localizaram uma máscara de mergulho na cena do crime, que teria sido usada pelos assassinos, sendo que na casa do acusado José Rodrigues foi encontrado equipamento de mergulho.
Casal de extrativistas morto a tiros em estrada no Pará (Foto: Divulgação/Arquivo CNS)Casal de extrativistas foi morto a tiros em estrada
no Pará (Foto: Divulgação/Arquivo CNS)
Segundo o juiz Murilo Lemos Simão, a investigação descartou a participação de fazendeiros e madeireiros no crime. As vítimas teriam recebido ameaças de José Rodrigues por conta da ocupação da área. O pronunciamento do juiz, publicado em 5 de março de 2013, aponta que o José Rodrigues teria comprado dois lotes em Nova Ipixuna, sendo que um deles era ocupado por pessoas apoiadas pelas vítimas - isto teria motivado o acusado a planejar o assassinato do casal.

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