Atualizado em
17/04/2013 10h44
Delegado também quer ouvir madrasta de menino novamente.
'Me processa, parceiro', disse Rodrigo Valadares em vídeo.
Procurado pelo G1, Rodrigo Valadares não retornou as ligações até a última atualização desta reportagem. Tathiane disse que ninguém a procurou para pedir desculpas nesta terça-feira (16) e que entrará até sexta com um processo contra o mágico.
Vídeo tem 120 mil visualizações
Além de registrar a ocorrência na delegacia, Tathiane publicou o vídeo de 2 minutos e 34 segundos na web (assista no YouTube) no dia 11 de abril e o compartilhou em redes sociais. Menos de uma semana de exposição na internet foi o suficiente para que os 12 segundos de descontrole do mágico resultassem em mais de 250 comentários de pessoas chocadas com a atitude de Rodrigo Valadares. Até noite de terça, o vídeo havia tido quase 120 mil visualizações.
Você nunca vai imaginar que num show de mágica alguém vá fazer isso com seu filho"
Tathiane Passos, madrasta
Gritos e palavrões
No vídeo, o mágico Valadares pede a uma mulher da plateia que o ajude em um truque com cartas, que ele chama de “premonição”. A jovem levanta e vai até o mágico, que prossegue com o show.
Aos 2 minutos e 13 segundos, o menino de 6 anos, que está na plateia, tenta pegar a irmã de dois anos. Incomodado com o “barulho” causado pelas crianças, o mágico dispara dois palavrões. Depois, ele se aproxima do menino, demonstrando irritação, e grita no ouvido da criança outro palavrão, seguido de: “Moleque! Senta aí!”. Assustado, o menino reage, respondendo: “Ela é minha irmã, seu bobo!”. Enquanto o menino sai, o mágico sorri e diz para o público: “Psicologia infantil! Sempre funciona”.
Enquanto algumas pessoas riem, é possível ouvir a voz de um homem reclamando da atitude do mágico, que responde ironicamente: “Me processa, parceiro. Fica à vontade. Não tô nem aí”. A sugestão de reportagem foi enviada para o VC no G1.
Caso veio à tona 2 meses depois
O evento aconteceu no dia 2 de fevereiro em uma casa de festas na Ilha, mas Tathiane e o marido, pai das crianças, souberam das agressões apenas dois meses depois, quando tiveram acesso a um trecho da filmagem da festa.
“Tinha dois ambientes na festa. Nossa família estava num ambiente e o show de mágica acontecia no outro, mas as crianças pediram para ver a apresentação. Deixei as crianças lá, sentadinhas, e não vimos o que aconteceu. Só soubemos que algo de errado havia acontecido, quando a irmã do mágico veio me pedir desculpas pelo comportamento dele”, contou Tathiane, acrescentando que a mãe do mágico – que era a anfitriã da festa – também se desculpou com a família através de uma rede social.
Tathiane e o enteado, agredido verbalmente por mágico. (Foto: Arquivo Pessoal)
Com as imagens em mãos, a família, que mora em Olaria, no Súburbio,
procurou a 22ª DP (Penha). No entanto, o caso foi remetido à delegacia
da área onde ocorreu: a 37ª DP (Ilha). O registro foi feito com base no
artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente: “Submeter criança ou
adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento”. A pena prevista é de seis meses a dois anos de
detenção.“Ele grita palavrões, não pode tratar uma criança assim. Tem que respeitar. É um constrangimento à criança e ele vai responder pela infração a esse artigo do ECA porque eu vou remeter o caso à Justiça”, afirmou ao G1 o titular da 37ª DP (Ilha), José Otílio Bezerra.
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