segunda-feira, 22 de abril de 2013

Suspeita de executar universitários do RN alega inocência.


  Atualizado em 22/04/2013 19h44

Maria Eduarda Santos vai se apresentar à polícia potiguar nesta terça-feira.
Ela concedeu entrevista exclusiva ao G1 nesta segunda: 'tenho um álibi'.

Fred Carvalho Do G1 RN
 Maria Eduarda Santos Gomes, 22 anos (Foto: Fred Carvalho/G1) Maria Eduarda diz ter um álibi para provar que não cometeu crimes no RN (Foto: Fred Carvalho/G1)
A mulher apontada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte como suspeita de ter executado dois universitários na cidade de Espírito Santo, a 76 quilômetros de Natal, alega inocência nos crimes. Maria Eduarda dos Santos Gomes, de 22 anos, concedeu entrevista exclusiva ao G1 na tarde desta segunda-feira (22). Ela vai se apresentar à polícia nesta terça (23).
De acordo com a polícia, Maria Eduarda teria participado diretamente da morte dos universitários Manoel Gomes Teixeira Neto, de 20 anos, e José Costa de Lima Júnior, de 21. Os dois foram executados com um tiro na cabeça cada na madrugada de 3 de março passado em uma estrada carroçável que liga Espírito Santo à cidade vizinha de Canguaretama. Veja ao lado vídeo com a entrevista com Maria Eduarda.

Grávida de três meses e meio e esperando o terceiro filho, Maria Eduarda diz que não conhecia as vítimas. "Nunca vi essas pessoas. Não tenho a menor ideia de quem eram ou o que faziam".
Maria Eduarda antecipou um álibi: "Minha família é de feirantes. Pelo que soube, esses crimes contra esses rapazes aconteceu na madrugada do sábado [2 de março] para o domingo [3 de março]. Como sempre faço nos dias que vamos à feira, acordei às 2h e já às 3h estava na feira. Eu trabalhei o dia todo. Se tivesse cometido os crimes, não teria como aguentar um dia de trabalho pesado", defendeu-se.
Em entrevista ao G1 no dia 16 passado, o chefe de investigações da Delegacia de Goianinha, Neto Galvão, disse que Maria Eduarda tem ligação com um traficante de drogas que atua na região de Espírito Santo. Ela confirma essa versão. "Meu marido é cunhado de um traficante. Esse criminoso vive tentando se aproximar da nossa família, mas nunca permitimos".
Segundo Maria Eduarda, os crimes foram atribuídos à ela por vingança. "A mulher desse traficante não gosta de mim porque não permito nenhuma aproximação. Mas tudo isso será esclarecido e vou provar que não tenho nada a ver com essa história", falou.
O juiz de Goianinha, José Armando Ponte Dias Júnior, expediu um mandado de prisão preventiva contra Maria Eduarda no dia 14 de março passado. Assim que ela se apresentar, será presa e levada para o Centro de Detenção Provisória feminino, na zona Norte de Natal.
Advogado Marcus Alânio Martins Vaz (Foto: Fred Carvalho/G1)Marcus Alânio vai pedir prisão domiciliar para Maria
Eduarda (Foto: Fred Carvalho/G1)
Revogação da preventiva
O advogado de Maria Eduarda, Marcus Alânio Martins Vaz, já ingressou com um pedido de revogação da preventiva. "É inconcebível essa menina ter cometido esse crime. Se o mandante é um traficante, e todo traficante tem um braço armado na quadrilha, por que ele mandaria uma mulher grávida executar os dois rapazes?", questionou.
Marcus Alânio também chama a atenção para as tatuagens de Maria Eduarda. "Minha cliente tem tatuagens pelo corpo. Uma delas, inclusive, é bastante peculiar. É uma lágrima no rosto. Como as pessoas que estavam no bar antes do crime não citam as tatuagens como uma referência da suspeita das execuções?".
Mesmo com o pedido de revogação da preventiva, Marcus Alânio já antecipou que vai pedir que Maria Eduarda fique em prisão domiciliar. "Minha cliente está grávida e tem histórico de gravidez de risco. Por esse motivo, ainda nesta terça (23) vou pedir a domiciliar".
As vítimas
Manoel Neto é filho do vereador Wober de Souza Teixeira (DEM), eleito em Espírito Santo. Já o amigo, José Costa Júnior, filho de um subtenente aposentado da PM. Familiares de Manoel confirmaram que ele estudava Matemática na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O amigo, cursava Fisioterapia, afirmou um tio dele.
Para o investigador, o caso começou a ser esclarecido quando um casal foi preso na praia da Pipa, em Tibau do Sul, com alguns bens roubados das vítimas. “Eles não tinham ligação direta com o crime, mas através deles nós chegamos aos três suspeitos que foram presos posteriormente”, acrescentou.
Até o momento, a polícia descobriu que dois casais e um adolescente tiveram participação na morte dos universitários. O adolescente foi apreendido junto com o traficante e a mulher morena, mas já foi solto. O casal continua detido.

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