02/06/2013
Vice-presidente
do PSC, Everaldo Pereira, ganhou notoriedade ao apadrinhar o polêmico
Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. (Foto:
Divulgação)
Everaldo Pereira costuma desembarcar em Brasília na terça-feira de manhã e desde o primeiro minuto já tem um motorista, custeado pela Câmara, à sua disposição no aeroporto. Sob orientação de Pereira, funcionários que deveriam estar encarregados de matérias legislativas são mobilizados para elaborar textos e até imprimir panfletos de divulgação de atividades partidárias externas ao Congresso, como os do encontro do PSC Mulher. O evento é coordenado pela esposa de um assessor legislativo do PSC. O casal Adolfo Lúcio e Denise Assumpção recebe no total R$ 19 mil da Câmara, mas trabalha para Pereira na maior parte do tempo. Por R$ 10,4 mil mensais, a Câmara paga Adolfo Lúcio para ser uma espécie de faz-tudo de Pereira. Servidores contam que o funcionário é requisitado até para comprar roupas e providenciar alimentação para aplacar a fome do pastor. Outros funcionários do gabinete, com salários de R$ 8,6 mil, são escalados para emitir bilhetes aéreos.
O TCU condena o uso da estrutura do Congresso para quem não tem cargo eletivo
A ascendência de Pereira sobre o gabinete da liderança na Câmara constrange o líder de fato eleito pelos correligionários, deputado André Moura (PSC-SE). Quando Pereira convocou coletiva para anunciar a permanência de Feliciano à frente da comissão, Moura – bastante irritado – decidiu nem aparecer como sinal de sua contrariedade. A assessoria de Pereira, que também é a assessoria paga pela liderança a um custo de R$ 23 mil, foi procurada e respondeu que “as dependências físicas da Casa são utilizadas pela bancada de acordo com as normas administrativas previstas no Regimento Interno da Câmara”. Os órgãos de controle externo, porém, condenam comportamentos como o de Pereira. Em 2008, o TCU considerou irregular a utilização da estrutura do Congresso para atividades pessoais e partidárias, pois os partidos políticos são “entidades privadas”.
Fonte: IstoÉ - Independente
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