sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Sete suspeitos de matar ex-miss em assalto são presos na Venezuela









A ex-miss venezuelana Mónica Spears Mootz (Foto: Reprodução/Facebook)
O ministro da Justiça da Venezuela, Miguel Rodríguez, informou que foram presos os "autores materiais" do assassino da ex-rainha da beleza Mónica Spear e de seu marido, depois de informar anteriormente que sete pessoas haviam sido detidas neste caso.

"Entre os detidos, se encontram os autores materiais do duplo homicídio de Mónica Spear e Thomas Henry", escreveu Rodríguez em seu Twitter, sem dar maiores detalhes.

Na noite de quarta-feira, o Ministério Público informou a captura de sete suspeitos ligados ao crime, com os quais foram encontrados objetos das vítimas.

Finalista do Miss Universo em 2005 e atriz da rede americana Telemundo, Mónica Spear e seu marido, Thomas Henry Berry, 39, foram mortos a tiros dentro do carro em um acostamento, depois de bater o veículo em um objeto colocado propositalmente em uma estrada entre Puerto Cabello e Valencia, a terceira maior cidade do país.

Maya, filha de cinco anos da ex-miss, ficou ferida. Seu quadro é estável até o momento. Ela ainda não sabe da morte dos pais, segundo a família.

Segundo a reconstituição do crime, o automóvel da atriz caiu em uma emboscada. Quando os criminosos se aproximaram, Mónica e o marido tentaram se trancar no veículo e foram mortos a tiros.

O presidente Nicolás Maduro propôs na quarta-feira um plano contra a criminalidade e de pacificação da Venezuela, ao criar uma comissão integrada por governadores e prefeitos das regiões mais violentas do país.

"Deixo instalada oficialmente esta equipe de trabalho que começa no dia de hoje e que se estenderá durante um mês, e aspiro que em um mês tenhamos um plano conjunto e uma lei de pacificação nacional", declarou Maduro no Palácio de Miraflores, onde se reuniu com vários dirigentes da oposição, incluindo o líder Henrique Capriles, governador do estado de Miranda.

Maduro chamou os prefeitos dos 79 municípios mais violentos do país - que concentram 80% dos crimes - dois dias após o assassinato.

"Ninguém pode cruzar os braços diante do assassinato, da violência, do massacre contra esta jovem venezuelana e seu esposo. Isto é uma bofetada para todos, todos têm que assumir a responsabilidade, e eu assumo a minha", declarou Maduro, que convocou a oposição a superar as divergências políticas para atuar com o governo contra a violência.

Maduro, que liberou 10 bilhões de bolívares (1,7 bilhão de dólares no câmbio oficial) para estados e municípios visando reforçar a polícia, pediu que a comissão criada nesta quarta apresente "resultados concretos" em um mês visando construir "um país de paz".

Entre outras coisas, Maduro defendeu a aplicação de um plano de desarmamento, a melhoria das forças de segurança, a reforma das prisões e o atendimento às vítimas da violência.
"Devemos caminhar para a coordenação, homologação e centralização das polícias nacional, regionais e municipais."

Maduro também pediu aos meios de comunicação "da direita" que não manipulem a informação sobre a violência no país.

De acordo com a imprensa, o governo, ou ONGs locais, os assassinatos na Venezuela oscilam entre 39 a 79 casos por ano para cada 100 mil habitantes. A marca de 79 assassinatos seria a segunda mais alta do mundo.

A reunião de quarta-feira foi marcada pelo aperto de mão entre Maduro e Henrique Capriles, algo que não acontecia desde as eleições presidenciais de 2013.

Capriles não reconhece a legitimidade das eleições que levaram Maduro à presidência e o chefe de Estado acusa o líder da oposição de ´golpismo´.

Fonte: G1

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