01/06/2014
A precariedade no sistema de transporte urbano coletivo no Cariri tem sido motivo de reclamação dos usuários e até estudos para viabilidade de novas propostas de melhorias.
Juazeiro possui três linhas de ônibus e estão impossibilitadas de expandir o número (Foto: Elizângela Santos)
Os ônibus circulam com concessão pública
e possuem uma média de tempo de mais de 13 anos. Atualmente, há um
ônibus para mais de 4 mil pessoas, somente em Juazeiro do Norte, cidade
com população de quase 250 mil habitantes.
Essa realidade não se torna tão
diferente em cidades como Crato e Barbalha, onde há dificuldades para
os moradores de bairros mais distantes. Nas manifestações registradas no
ano passado, em todo Brasil, Juazeiro do Norte não ficou de fora no quesito mobilidade urbana.
As
linhas desassistidas por ônibus de linha estão com os transportes
precários, a exemplo das vans, que viraram outro quesito de reclamação
constante (Foto: Elizângela Santos)
Na
Câmara Municipal, foram exigidas condições de gratuidade para
estudantes e também melhoria da frota e ampliação dos terminais. Até mesmo
o Ministério Público interferiu no processo, e hoje a cidade, que
possui apenas três empresas atuando, estão impossibilitadas de receber
novas linhas, pois mal atendem as que existem.
E
os usuários reclamam muito do tempo excessivo de espera nos terminais,
que se tornou um item bastante questionado, principalmente pela falta de
segurança na cidade, com a grande quantidade de assaltos. Até mesmo um
projeto de lei foi recentemente apresentado no Legislativo, no intuito
de possibilitar a parada livre nos últimos horários do dia de
funcionamento das linhas regulares.
Fiscalização
Além
da precariedade, os usuários reclamam da falta de fiscalização
suficiente para conter os abusos, principalmente em transportes
complementares, com profissionais pouco habilitados. Linhas como a do
bairro João Cabral/Aeroporto, e também na área onde estão os novos
conglomerados urbanos da cidade juazeirense, a exemplo do condomínio
onde foi construído o "Minha Casa, Minha Vida", estão entre os mais
reclamados.
São
poucos ônibus para as linhas e os moradores se sentem sufocados e
reivindicam que sejam colocados mais transporte nas linhas. É um impasse
que poderá ser solucionado apenas de forma futura, porque as empresas
terão mais 10 anos para atuar com a concessão dada pela Prefeitura de
Juazeiro do Norte. Segundo o gerente de Transporte do Departamento
Municipal de Trânsito (Demutran), Josivaldo Pereira, apenas a abertura
de um processo de licitação futura deverá dar condições de outras
empresas concorrerem por novo espaço nessas linhas e ele diz que,
dificilmente, as que existem terão a possibilidade de continuar, com as
novas proponentes, pela precariedade atual.
Enquanto
isso, as linhas desassistidas por ônibus de linha estão com os
transportes precários, a exemplo das Vans, que viraram outro quesito de
reclamação constante. O horário funciona na prática, na maioria delas,
por lotação. O tempo é de encher o ônibus e sair. No Crato, o problema
se estende, principalmente para as linhas relacionadas aos sítios e
distritos. Em sua grande maioria, o principal meio de transporte das
comunidades depende das camionetas desconfortáveis, com bancos de
madeira, superlotadas e no item segurança deixam a desejar, sendo motivo
de reclamação constante da população.
Boa
parte dos transportes que atua como alternativos possui uma associação,
mas os motoristas reclamam da atuação dos clandestinos, que acabam
prejudicando o serviço.
Essa
é uma das justificativas para os usuários não terem praticamente hora
certa para pegar o coletivo e estarem muitas vezes em risco iminente, já
que muitos deles estão sujeitos a circular nas camionetes D-20 com a
carroceria aberta, como apoio para aqueles que vão em pé, se agarrando
no veículo.
A
perspectiva é que, em setembro deste ano, os proprietários desses
transportes estejam reunidos em Crato, no Demutran, para debater
propostas de melhorias e adequação para poderem circular na cidade. A
ideia é criar um projeto de lei que regulamente o transporte coletivo.
Para
o assessor do Departamento, Edilson Gonçalves, problemas como o de não
cumprimento dos horários, demora dos passageiros em pontos de ônibus,
dentre outras reclamações são constantes. Quanto às lotações,
principalmente nas estradas para sítios e distritos, não acontece de
forma permanente pela própria falta de pessoal suficiente para cumprir
essa ação de forma mais rigorosa.
A
usuária Maria do Socorro Pessoa, da Associação da Palmeirinha, no
Crato, disse que tem sido muito difícil depender dos transportes
alternativos e os usuários reclamam muito. Segundo ela, os motoristas da
Associação dos Permissionários de Transporte Alternativo dos Distrito
de Santa Fé já foram chamados para um diálogo, mas não compareceram. E
novamente a reunião deverá ser marcada, para pedir melhorias no
atendimento e cumprimento dos horários da linha de forma regular.
As
topiques também funcionam sem critérios de paradas e nem de lotação.
Entre as cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha circula número
maior desses veículos, incluindo microônibus. O município de Barbalha
sofre com a mesma precariedade das linhas para bairros da cidade, como
Malvinas, Cirolândia, Alto da Alegria, Bela Vista e o Sítio Estrela.
Idosos
também têm reclamado dos serviços e da quantidade de vagas disponíveis,
como o aposentado Lucimar Rodrigues, o Mazim. Cedo saiu de casa, e ao
tentar pegar o ônibus de volta do Centro para o bairro Seminário, em
Crato, após mais de meia hora de espera, se deparou com o "não" do
motorista. Mas há casos em que alguns reclamam que o ônibus sequer tem
parado para os idosos.
Em
Juazeiro, há a luta de segmentos da sociedade pela gratuidade no
transporte. Um deles é dos portadores de HIV positivo. Recentemente foi
apresentada proposta na Câmara de Vereadores com essa finalidade, mas o
projeto foi rejeitado.
Algumas
empresas reclamam que tem sido grande o número de pessoas com essa
condição e não tem sido fácil poder dar manutenção à frota, com a margem
de lucro atual.
O
gerente do setor de Transportes de Juazeiro, Josivaldo Pereira, admite
que a precariedade é evidente. Por isso está sendo realizado um
levantamento pelas empresas Bom Jesus do Horto, São Francisco e Lobo,
para verificar as condições de funcionamento de cada uma das três que
atua em Juazeiro.
Segundo
informou Josilvado, já foram constatados problemas que ele considera
graves em relação à manutenção e até coletivos, que andam super lotados
de passageiros, já foram vistos circulando sem extintor, um risco para a
segurança dos usuários.
Mais informações:
Departamento de Trânsitos:
Demutran- Juazeiro do Norte
Telefone: 883587-5822
Demutran- Crato
Telefone(88) 3523.5232
Fonte: Diário do Nordeste
Departamento de Trânsitos:
Demutran- Juazeiro do Norte
Telefone: 883587-5822
Demutran- Crato
Telefone(88) 3523.5232
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