sexta-feira, 12 de junho de 2015

Festa, manifestação e estrutura: o que deu certo e errado na abertura

Atualizado em

Protesto por melhoria da educação, torcidas de Chile e Equador juntas, cerimônia empolgante e estrutura deficitária marcam primeiro jogo da Copa América

Por Santiago

A Copa América começou com empolgação dos chilenos, envolvidos pelo clima da mais importante competição sul-americana de seleções. O lotado estádio Nacional, em Santiago, foi o palco da vitória do Chile sobre o Equador, por 2 a 0, na última quinta-feira à noite, pontapé inicial do campeonato organizado pela Conmebol.  Receptivo, o povo chileno abraçou a ideia do torneio e pintou a capital do país com as cores chilenas durante toda a quinta-feira. Mas houve problemas estruturais dentro do estádio e protestos no lado externo. Confira abaixo pontos positivos e negativos da abertura.
Bandeirão do Chile na torcida: festa no estádio Nacional  (Foto: Marcelo Hazan)Bandeirão do Chile na torcida: festa no estádio Nacional (Foto: Marcelo Hazan)


Cerimônia e hino empolgantes

Show de cores e luzes: abertura teve cerimônia bonita no estádio Nacional  (Foto: Victor Canedo)Show de cores e luzes: abertura teve cerimônia bonita no estádio Nacional (Foto: Victor Canedo)

Um espetáculo de cores com luzes, fogos de artifício e bailarinos agitou a cerimônia de abertura da Copa América. Um dos pontos altos foi a coreografia de artistas pendurados a balões com as bandeiras das 12 seleções participantes. Depois, antes de a bola rolar, os chilenos se inflamaram com a execução do hino nacional à capela, lembrando cenário visto na Copa do Mundo de 2014 do Brasil.
Panorama do estádio Nacional: mais de 40 mil pessoas viram a abertura da Copa América  (Foto: Marcelo Hazan)Panorama do estádio Nacional: mais de 40 mil pessoas viram a abertura da Copa América (Foto: Marcelo Hazan)

Bom anfitrião

"América nos une", dizia cartão verde distribuído aos torcedores com pedido de respeito ao hino rival  (Foto: Victor Canedo)"América nos une", dizia cartão verde distribuído aos torcedores com pedido de respeito ao hino rival (Foto: Victor Canedo)
“A América nos une. Não seja diferente”, dizia a mensagem principal de um pequeno cartão verde distribuído para todos os torcedores no estádio Nacional, pedindo respeito ao hino da seleção rival, no caso, o Equador. Durante a canção, os chilenos levantaram a peça e fizeram um mosaico nas arquibancadas. Com a bola rolando, porém, os torcedores locais se exaltaram quase exclusivamente nos momentos de perigo com alvoroço de “oh”, no famoso grito: “Chi, Chi, Chi, Le, Le, Le, viva Chile!”, e na comemoração do gol de Vidal, de pênalti. Em alguns setores, equatorianos e chilenos ficaram junto.
Torcedores do Equador (de amarelo) no meio dos chilenos: conviveram juntos sem problemas  (Foto: Victor Canedo)Torcedores do Equador (de amarelo) no meio dos chilenos: conviveram juntos sem problemas (Foto: Victor Canedo)


Protesto

Protestos pediam melhora nas condições da educação: "o professor não é culpado pela má educação. O problema é o mercado e a privatização"  (Foto: Victor Canedo)Protestos pediam melhora nas condições da educação: "o professor não é culpado pela má educação. O problema é o mercado e a privatização" (Foto: Victor Canedo)

Horas antes do início da partida, chilenos se aglomeraram na avenida Grecia, uma das principais de Santiago, para protestar pela melhoria da educação. A ação foi acompanhada pela polícia local. “O professor não é culpado da má educação. O problema é o mercado e a privatização”, dizia uma das faixas da manifestação.

Estrutura deficitária

Estrutura de metal com escada improvisada permitia acesso dos jornalistas às tribunas  (Foto: Marcelo Hazan)Estrutura de metal com escada improvisada permitia acesso dos jornalistas às tribunas (Foto: Marcelo Hazan)

Apesar da festa empolgante, houve problemas de informação e estrutura na abertura. Poucos voluntários sabiam apontar os locais corretos dos setores. Na imprensa, por exemplo, uma espécie de escada improvisada de metal foi a solução para os jornalistas chegarem às tribunas. O espaço no local de trabalho também foi limitado e a movimentação complicada nas escadas, ainda que uma televisão tenha sido disponibilizada em cada bancada, padrão usado pela Fifa nas competições internacionais. A internet teve lentidão uma hora antes do jogo, mas o sistema wi-fi fechado para a imprensa funcionou bem durante a partida.
Bancadas da imprensa com pouco espaço, mas equipadas com televisão, procedimento também usado em competições Fifa    (Foto: Marcelo Hazan)Bancadas da imprensa com pouco espaço, mas equipadas com televisão, procedimento também usado em competições Fifa (Foto: Marcelo Hazan)

Bola rolando

Um jogo emocionante, com domínio primordial do Chile, vitorioso, mas também ameaçado em lances pontuais do Equador. Os anfitriões fizeram valer o favoritismo e confirmaram o resultado positivo na estreia. Mesmo que o nível técnico não tenha sido extraordinário, o espetáculo agradou pelo número de chances de gols criadas. No fim, a seleção local venceu por 2 a 0, com gols de Vidal, de pênalti, e Vargas.

Vidal Chile Equador (Foto: EFE)Vidal comemora o primeiro gol da Copa América 2015 (Foto: EFE)

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