Portal R7 Foto: Divulgação
O tribunal de Oslo recebeu nesta terça-feira (29) o relatório psiquiátrico do extremista Anders Behring Breivik. O documento determina que o autor confesso dos atentados de 22 de julho não estava em plena posse de suas faculdades mentais, e portanto, não pode ser julgado.
Como o relatório concluiu que o fundamentalista cristão sofre de doença mental – ou ´alienação mental´ – e que não é responsável por seus atos, ele pode ser internado em uma instituição psiquiátrica por tempo indeterminado.
Entre outros elementos, o diagnóstico feito pelos psiquiatras Synne Sorheim e Torgeir Husby é resultado de mais de 35 horas de interrogatórios com Breivik, revisão dos depoimentos à polícia, reconstituição do massacre e relatos das testemunhas.
Breivik poderá ficar em uma instituição psiquiátrica por período indeterminado enquanto os tribunais considerarem que ele é um risco para a sociedade.
O relatório precisa, ainda, ser aprovado pela Comissão de Medicina Legista, embora esse grupo não tenha a função de analisar as conclusões. A Promotoria pode em princípio não atender às recomendações do relatório e pedir outra avaliação, mas essa possibilidade é pouco usual.
´Não cabe a nós decidir e, sim, aos tribunais´, declarou nesta manhã, ao entregar o relatório na corte Torgeir Husby, um dos psiquiatras responsáveis pela avaliação de Breivik. Husby revelou que o trabalho foi amplo e difícil, mas que nunca duvidaram da conclusão.
Foi incluída no documento uma retrospectiva minuciosa da infância, juventude e do passado de Breivik, episódios que possam ter influenciado a perpetrar o duplo atentado que matou 77 pessoas.
O relatório tem cerca de 230 páginas, bem mais do que o volume entre 30 e 70 páginas desses casos. Por causa da dimensão da tarefa, os psiquiatras responsáveis tiveram de atrasar a entrega em um mês da data inicial prevista.
De acordo com o advogado de Breivik, Geir Lippestad, o fundamentalista cristão não expressou nenhum medo de ser diagnosticado como doente mental e acredita que seria julgado como assassino.
Os psiquiatras pretendiam fazer uma ressonância magnética de seu cérebro para detectar eventuais danos e tumores, mas Breivik se negou a passar pelo procedimento, apesar de ter pedido para ser examinado por um especialista estrangeiro, em detrimento dos noruegueses.
Em 22 de julho, o ultradireitista detonou um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, matando oito pessoas, e imediatamente depois se dirigiu à ilha de Utoeya, a 45 kmda capital, onde disparou de forma indiscriminada matando outras 69. A maioria das vítimas de Utoeya estava no acampamento da Juventude Trabalhista.
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