O juiz da Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca, João Luiz de Azevedo Lessa, confirmou na tarde desta terça-feira à reportagem do portal Tribuna Hoje que já recebeu o documento com as alegações finais da defesa do padre Edilson Duarte.
Com isso, o magistrado conclui as etapas que faltavam para ser anunciada a sentença decisória acerca da acusação dos monsenhores Luiz Marques Barbosa, Raimundo Gomes e padre Edilson Duarte, de crime de pedofilia, tendo como vítimas três ex-coroinhas da Igreja Católica.
Segundo João Luiz Azevedo Lessa, a sentença está prevista para ser anunciada no início da tarde da próxima segunda-feira (19).
As audiências de instrução e julgamento dos três religiosos tiveram início em agosto deste ano , se estenderam até o mês de agosto e, somente agora, com a entrega das alegações finais dos advogados de defesa, todo o processo que antecede a sentença está concluído.
Os monsenhores Luiz Marques Barbosa, Raimundo Gomes e padre Edilson Duarte Eles sentaram no banco dos réus sob acusação de crime de pedofilia contra os ex-coroinhas Fabiano da Silva Ferreira, Cícero Flávio Vieira Barbosa e Anderson Farias Silva. Os supostos abusos teria sido praticados quando os jovens ainda eram menores de idade.
O escândalo tomou conta do país e virou notícia no exterior, com repercussão até no Vaticano, por conta de reportagem apresentada no programa Conexão Repórter, do SBT, pelo jornalista Roberto Cabrini.
Na matéria foi mostrado um vídeo com as imagens de uma relação homossexual entre o ex-coroinha e o monsenhor Luiz Marques Barbosa.
Na audiência de instrução, o advogado Daniel Fernandes voltou a defender o monsenhor Luiz Marques Barbosa, afirmando que seu cliente estava sendo vítima de uma tentativa de extorsão.
A mesma opinião voltou a ser defendida, ontem, pelo advogado Edson Maia. “As imagens gravadas em vídeo mostram uma relação homossexual, e nosso cliente sofreu uma tentativa mal-sucedida de extorsão no valor de R$ 1 milhão de reais”, frisou.
Conforme foi revelado à imprensa, o advogado Daniel Fernandes teria apresentado um documento assinado como acordo entre as partes, com valor pago de R$ 32.250,00, a fim de que o vídeo com as imagens da relação homossexual entre o ex-coroinha e o monsenhor Luiz Marques não fossem tornadas públicas.
Além do advogado Daniel Fernandes e do comerciante Alterman Leite, a delegada de Crimes contra Menores, Bárbara Arraes, também prestou esclarecimento ao juiz.
A delegada foi citada por um dos acusados que, durante o inquérito policial, ela havia utilizado da força de agente para pressionar a testemunha a acusar os religiosos.
“Estou com a consciência tranquila. Fizemos um trabalho sério, ouvimos todas as partes, realizamos diligências e o resultado de tudo isso está nas mãos da Justiça”, esclareceu na época a delegada.
Enquanto o religioso falava a portas fechadas em interrogatório, o advogado Bruno Soriano Cardoso, que foi contratado para defender o padre Edílson Duarte, reforçou que o julgamento no Juizado da Vara da Infância de Arapiraca é um capítulo à parte, segundo ele, diferente de tudo o que foi dito e registrado nos depoimentos da CPI da Pedofilia, no ano passado.
“O que foi dito naquela ocasião ocorreu em um momento. Agora, estamos em outra situação onde os acusados estão tendo oportunidade de apresentar suas defesas com mais tranquilidade”, observou.
A afirmação do advogado levantou a hipótese de que o padre Edílson Duarte negaria tudo que foi dito durante o interrogatório com o presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta.
A expectativa é de que, agora com a conclusão de todo o trabalho, o juiz João Luiz Azevedo Lessa possa anunciar a sentença na data prevista inocentando ou condenando os réus.
Fonte: Tribuna Hoje
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