Se você acessou a internet nos últimos dias, então deve ter ouvido falar
nas siglas SOPA e PIPA. Essas palavrinhas vêm enchendo de dúvida e
receio muitos que compartilham arquivos pela internet. Tanto que até o
Google se recolheu e anunciou mudanças em suas políticas.
O "Stop Online Piracy Act´ (SOPA) e o "Protect IP Act" (PIPA) são
projetos de lei que tramitam no Congresso dos Estados Unidos que propõem
significativas alterações no combate à pirataria online. Estimativas
calculam que os Estados Unidos perdem, anualmente, cerca de US$ 500
milhões com a cópia e o compartilhamento ilegal de arquivos - e este é
um dinheiro que, em momentos de crise, não pode ser desperdiçado.
Os projetos de lei permitiriam à Justiça norte-americana investigar,
desconectar e penalizar qualquer pessoa ou empresa acusada de
disponibilizar na rede, sem permissão dos detentores dos direitos
autorais, qualquer tipo de material autoral.
Desta maneira, qualquer tipo de site ou usuário considerado suspeito
poderia ser retirado do ar, como Facebook e Twitter, por exemplo. De
acordo com o SOPA e o PIPA, se o usuário postar um videoclipe do seu
artista preferido, ele estaria se utilizando inadequadamente do material
produzido por ele e poderia passar até cinco anos preso. Se fosse
aprovada, a lei poderia fechar sites, cortar links patrocinados e
impedir a entrada de benefícios econômicos em sites de compras com o
aval da Justiça norte-americana, que estaria tomando atitudes para
combater a pirataria.
Nos EUA, muitas manifestações foram feitas, nas quais vários sites, como
o Google, Wikipedia e WordPress, retiraram do ar seus conteúdos e
demonstraram rejeição aos projetos de lei propostos pelo Departamento de
Justiça americano e os processos foram arquivados. Poucos acreditam que
as leis possam voltar à votação depois de tantas críticas e, como não
foram aprovadas, não têm efeito legal.
Entretanto, como diz o ditado, "gato escaldado tem medo de água fria".
E, ao que parece, o Google já anda bem escaldadinho dos problemas que
enfrenta na Justiça. Talvez por isso, a empresa nem confirma nem
desmente que já está se cercando da forma que pode, para evitar
problemas no futuro. A prova disso é a mudança anunciada em suas
políticas de privacidade.
A nova política promete condensar todos os termos de condição de uso das
diversas ferramentas Google em um só, unificando os termos de conduta
dos seus produtos. O novo termo de serviço já está disponível para
consulta (www.google.com.br/intl/pt-BR/policies)
e explica como a plataforma utilizará as informações fornecidas pelos
usuários nas diversas contas em que estiver logado. A empresa promete
com isso adequar, de forma mais eficiente, os anúncios exibidos às
preferências e à necessidade dos usuários, como oferecer a compra do
ingresso de uma banda que você assistiu no site de vídeos YouTube.
As mudanças, no entanto, geraram controvérsias na internet, já que o
gigante da web afirma em seus termos que pode armazenar e coletar
automaticamente algumas informações no servidor, incluindo, segundo as
Informações de Registro disponibilizadas na nova política, "detalhes de
como você usou nosso serviço, como suas consultas de pesquisa;
informações de registro de telefonia, como o número de seu telefone,
número de quem chama, números de encaminhamentos, horário e data de
chamadas, duração das chamadas, informações de identificador de SMS e
tipos de chamadas; etc".
Para se esquivar das críticas, o Google mostrou como a novidade poderia
beneficiar os usuários. Se você for um pesquisador recorrente de
biologia e digitar a palavra "Jaguar" no buscador, o Google retornará
com mais resultados relacionados ao felino do que ao carro de mesmo
nome. Assim como, se o pesquisador for fã de automóveis e fizer a mesma
pesquisa, será bombardeado com anúncios relacionados ao veículo.
Como a empresa mesmo afirma em sua página de políticas e princípios, "1º
de março de 2012 é quando a nova Política de Privacidade e os Termos de
Serviço do Google entrarão em vigor. Se optar por continuar usando o
Google após a alteração ocorrer, você estará de acordo com a nova
Política de Privacidade e com os novos Termos de Serviço". Ainda dá
tempo de correr, pois após a data, tudo vai mudar.
Fonte: Diário do Nordeste
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