Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que teve mais medo de perder a voz do que de morrer após a descoberta do câncer na laringe. "Se eu perdesse a voz, estaria morto", disse ele em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a primeira após o desaparecimento do tumor. Lula se emocionou ao citar o vice-presidente José Alencar, que morreu de câncer há um ano. "Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou". O ex-presidente também falou sobre o tratamento a que foi submetido - quimioterapia e radioterapia. "A gente não sabe o que é pior (...). Para mim, os dois são um desastre. Um é uma bomba de Hiroshima e, o outro, eu nem sei que bomba é", disse.
Lula, que perdeu quase 16 kg, afirmou que o câncer é uma doença "avassaladora" e que sentiu muita náusea durante o tratamento. "A boca não suporta nada, nada, nada, nada. A gente ouvindo as pessoas que passam por um tratamento contra o câncer falarem não tem dimensão do que estão sentindo". Segundo o ex-presidente, o pior momento do processo foi quando soube da doença. Ele disse que ainda sente dores na garganta e que sonha com o dia em que poderá comer pão "com a casca dura". Lula afirmou que pretende trabalhar menos a partir de agora. "Nunca mais eu irei fazer a agenda alucinante e maluca que eu fiz nesses dez meses desde que eu deixei o governo". Ele também falou sobre Fernando Haddad, pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo e que ainda não rompeu a marca dos 3% de intenções de voto segundo pesquisa Datafolha. Conforme o ex-presidente, Haddad vai surpreender. "São Paulo não pode continuar na mesmice de tantas e tantas décadas. Eu acho que ele vai surpreender muita gente. E desse negócio de surpreender muita gente eu sei".
Fonte: Terra
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