segunda-feira, 14 de maio de 2012

Brasileiras têm menos filhos e adiam gravidez por profissão

Foto divulgação (Internet)
Brasília -  Da década de 60 até o início deste século, houve uma mudança significativa no perfil das mães brasileiras. A mulher está deixando a maternidade para mais tarde e optando por ter uma família bem menor do que tiveram suas mães e avós. Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de fecundidade no Brasil cai a cada ano: na década de 60 era superior a seis filhos por mulher e em 2010 chegou a 1,9 filho por mulher.
Vários fatores explicam essa mudança no perfil das mães no Brasil, aponta a demógrafa e professora da Universidade de Brasília (UnB) Ana Nogales. “Os principais são o aumento da escolarização das mulheres, a urbanização e a participação feminina mais forte no mercado de trabalho”, indica a pesquisadora. A demógrafa acredita que, além dos fatores ligados à evolução do papel da mulher na sociedade, há uma influência cultural que fez mudar o padrão reprodutivo. “Na década de 80 e 90, falou-se muito em um padrão de família ideal. A mídia e as telenovelas brasileiras sempre apresentavam famílias menores e como esse modelo trazia vantagens para os filhos”, diz.
Atualmente, a taxa de fecundidade brasileira se assemelha à de países europeus como a Dinamarca, Suíça e Noruega e é inferior à dos Estados Unidos. “A redução no Brasil foi muito acelerada e sem uma política governamental para controle da natalidade, como ocorreu no México ou na China. Os países desenvolvidos não tiveram esse processo tão rápido como vemos aqui, em que a mudança ocorre de uma geração para outra”, aponta Ana.
O modelo de família com poucos filhos, entretanto, ainda não é padrão em todas as regiões do país. Enquanto a média nacional em 2010 foi 1,9 filho por mulher, no Norte ficou em 2,47 – superior à taxa de fecundidade que o país registrou dez anos antes. O menor índice foi registrado no Sudeste: 1,7 filho por mulher, inferior à média de países como a Bélgica, o Reino Unido e a Finlândia. Ainda assim, foi no Norte e no Nordeste que se contatou as maiores reduções na taxa de fecundidade entre 2000 e 2010 (21,8% e 23,4%, respectivamente).
O Censo 2010 também destaca uma mudança, ainda que menos acelerada, no chamado padrão etário da fecundidade. Até o ano 2000, a tendência era um “rejuvenescimento” no perfil das mães, com maior concentração de gestações entre as jovens de 15 a 24 anos. Mas, na última década, segundo o IBGE, observou-se uma reversão desse movimento. Em 2000, os grupos das mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, concentravam 18,8% e 29,3% da fecundidade total, respectivamente. Esses patamares passaram para 17% e 27% em 2010. Ao mesmo tempo, no grupo de mulheres com mais de 30 anos, a participação na fecundidade total da população subiu de 15,85% para 18% entre 2000 e 2010.
“Na última década temos visto que a mulher está prorrogando o momento de iniciar a vida reprodutiva. Além da entrada no mercado de trabalho e da maior escolarização, nós tivemos mudanças nas relações. As mulheres estão mais independentes e quando você tem filhos isso traz mais responsabilidades com relação ao seu lar, a sua família”, explica Ana Nogales.
#As informações são da Agência Brasi

 Saraiva Da Nova 105 FM



Dilma Rousseff anuncia programa para a primeira infância

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff lançará nesta segunda-feira o programa Brasil Carinhoso, com o objetivo de tirar da miséria crianças de zero a seis anos – aquelas cuja renda familiar per capita é inferior a R$ 70 e que estão concentradas nas regiões Norte e Nordeste. No pronunciamento em homenagem ao Dia das Mães, na noite desta domingo, a presidente disse que o programa terá três eixos: reforço da renda familiar dessas crianças, através do Bolsa Família; acesso a creches e ampliação da cobertura de saúde.
- Não são apenas palavras de conforto que tenho para as mães mais pobres do nosso país. Quero anunciar hoje o lançamento do Brasil Carinhoso, que irá tirar da miséria absoluta todas as famílias brasileiras que tenham crianças de zero a seis anos de idade – disse Dilma.
O Brasil Carinhoso faz parte do programa Brasil sem Miséria, cujo objetivo é tirar 16,3 milhões de pessoas da extrema pobreza até 2014.
- O Brasil Carinhoso será a mais importante ação de combate à pobreza absoluta na primeira infância já lançada no nosso país. O nome da ação já diz tudo: Brasil Carinhoso é o Brasil cuidadoso, que cuida bem do seu bem mais precioso, as nossas crianças, que tem carinho e amor por elas – disse.
A pobreza está concentrada no Norte e Nordeste: 78% das crianças brasileiras em situação de pobreza absoluta vivem nessas duas regiões. Segundo Dilma, nos últimos anos “a vida das crianças pobres tem melhorado bastante”. Ela disse que o índice de mortalidade infantil cai 47,5% no país e 58,6%, no Nordeste, mas “muito ainda precisa ser feito”. A presidente lembrou que a situação dos mais pobres se agrava nos períodos de seca no Nordeste, como ocorre agora.
- Historicamente a faixa de idade em que o Brasil tem menos conseguido reduzir a pobreza é infelizmente a de crianças de zero a seis anos. É uma realidade duplamente amarga ter ao mesmo tempo gente ainda vivendo na miséria absoluta e esta pobreza concentrar com mais força entre as crianças e os homens – disse a presidente.
A presidente disse que o Bolsa Família vai garantir uma renda mínima de R$ 70 per capita nas famílias extremamente pobres que tenham pelo menos uma criança de zero a seis anos. Dilma quer ainda aumento o acesso das crianças muito pobres às creches, além de ampliar a cobertura dos programas de saúde, oferecendo ações de controle da anemia e de carência de vitamina A e remédios gratuitos contra asma.
Dentro do pacote de ações do governo para a primeira infância está o repasse acicional de recursos para as prefeituras que matricularem crianças do Bolsa Família em creches. A ideia é aumentar em 50% o valor por criança transferido atualmente pelo Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), para incentivar os municípios a aumentarem a cobertura de creches, especialmente entre a população mais pobre.
O Globo

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