O advogado da atriz Carolina Dieckmann, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou ao G1 na manhã desta terça-feira (8) que vai aguardar até o fim do dia para entrar com ação inibitória para que o Google retire do ar buscas relacionadas às fotos em que a atriz aparece nua.
Segundo Kakay, no primeiro contato feito com a empresa, a informação passada foi que eles só costumam fazer a retirada com medida judicial. “Esperamos que o Google use o bom senso e retire as buscas do site deles. Vou aguardar o contato do advogado até o final do dia. Acredito que eles retirem”, disse o advogado, ressaltando que, caso isso não aconteça, entrará com a ação.
Procurada nesta manhã, a assessoria do Google Brasil reiterou a informação que já havia dado na segunda-feira (7), que não se pronuncia sobre casos específicos.
Extorsão, difamação e furto
Já a polícia informou que abriu inquérito por extorsão qualificada pelo concurso de agentes, difamação e furto. Isso porque a atriz recebeu e-mails exigindo R$ 10 mil para que as imagens não fossem divulgadas, mas preferiu procurar a polícia.
De acordo com Kakay, a primeira vitória do caso foi a retirada, praticamente imediata, das fotos dos dois sites pornográficos, um de Londres e outros dos Estados Unidos, que estavam hospedando as imagens.
“Eles só pediram que comprovássemos que as imagens tinham sido enviadas sem a autorização da Carolina, o que não foi difícil de fazer”, explicou Kakay, informando que enviou link das matérias que estavam sendo veiculadas no Brasil sobre o caso.
Sobre o andamento das investigações e o depoimento dos técnicos da empresa que fez manutenção no computador da atriz, Kakay disse que não vai se pronunciar para não atrapalhar as investigações. Segundo ele, o sigilo foi um pedido do delegado Gilson Perdigão, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que investiga o caso.
Ainda de acordo com a defesa, sites que derem publicidade ao caso estão sujeitos a punição. “Em função da capilaridade da internet é difícil identificar todas as páginas que estão divulgando as imagens. Mas todo mundo que der publicidade a isso pode ser punido”, revelou Kakay.
Técnicos de informática são ouvidos
Dois representantes da empresa onde foi feita a manutenção do computador da atriz foram ouvidos pela polícia na noite desta segunda-feira (7). Eles foram ouvidos como testemunhas e o teor dos depoimentos não foi divulgado.
Já Carolina Dieckmann prestou depoimento mais cedo. Ela chegou à delegacia às 9h15 e deixou o local às 16h30, sete horas depois, sem falar com a imprensa. De acordo com a Polícia Civil, também foram ouvidos o empresário e um secretário dela. Os nomes das testemunhas não foram revelados.
Chantagem
Mesmo sendo vítima de chantagem para que as fotos em que ela aparece nua não fossem divulgadas, a atriz Carolina Dieckmann resolveu enfrentar a situação e os riscos de ter sua intimidade exposta, diz o advogado.
“Mesmo com o desgaste da exposição, ela teve uma posição de enfrentar essa situação. A Carolina é uma cidadã responsável e está agindo com muita dignidade em toda essa situação. Esse caso é emblemático até mesmo pela imagem que ela representa”, afirmou Antonio Carlos. Por meio de e-mails, o chantageador pediu R$ 10 mil à atriz.
De acordo com Castro, a atriz ainda está abalada, mas disposta a enfrentar a situação. “Não entrei em detalhes familiares, mas sei que ela está recebendo muito apoio da família, especialmente do marido”, destacou no domingo (6).
Fonte: G1
Cearense é a primeira travesti a apresentar uma tese de doutorado no Brasil
A cearense Luma Andrade é a primeira travesti a apresentar uma tese de doutorado no Brasil (Foto: Divulgação)
A cearense Luma Andrade será a primeira travesti do Brasil a apresentar uma tese de doutorado, segundo informa a ABGLT (Associação Brasileiras de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros). Graduada em ciências naturais pela Uece (Universidade Estadual do Ceará) e com mestrado na área do desenvolvimento do meio ambiente pela Uern (Universidade Federal do Rio Grande), agora, aos 35 anos, ela é doutoranda em educação pela UFC (Universidade Federal do Ceará).
Para obter o título de doutora, ela se inspirou na própria realidade e produziu um estudo baseado no acesso das travestis (homossexuais que se vestem como mulheres) cearenses à educação. “Pude constatar que está havendo um aumento do acesso e também da procura pela escola, mas ainda há resistências como a discriminação, bullying e a marginalização”, disse.
Resistência, aliás, é uma palavra ou até mesmo um sentimento muito conhecido por Luma. “Desde os oito anos de idade que convivo com isso. Já cheguei a apanhar na escola e ouvir da professora que era bem feito”, contou.
Mesmo assim, ela disse que focou a atenção para os estudos e usou sua aptidão para as ciências exatas como uma aliada na conquista de amigos e de respeito dos colegas. “Eu sabia matemática e fiz com que isso me ajudasse. Passei a dar aulas para os colegas e eles passaram a ser meus amigos”, disse.
Em casa ela usou a mesma estratégia de focar a atenção para os estudos, na hora de responder os questionamentos dos pais, dois agricultores analfabetos que não a discriminavam, mas sempre perguntavam por uma namorada, principalmente no período da adolescência.
Já adulta, chegou a ir, nos primeiros dias, para o campus da Universidade Federal do Ceará, no município de Limoeiro do Norte, onde concluiu a graduação, vestida com roupas masculinas para evitar situações de preconceito e constrangimento, mas a estratégia não deu certo. No primeiro dia de aula, ela conta que foi uma chacota geral, mas, depois que resolveu usar roupas femininas, as pessoas a conheceram melhor e ela começou a ser aceita. “De início foi uma decepção, pois achava que na universidade as pessoas eram mais maduras”, disse.
Início na vida profissional foi marcado por dificuldades
Depois de formada, Luma recebeu o convite de um ex-professor da faculdade para dar aula em uma escola, mas o que parecia ser uma grande oportunidade, na verdade foi um grande teste.
“Era terrível, os dirigentes e outros professores ficavam atrás das portas assistindo à minha aula. Os alunos também ficavam rindo e muitos gritavam: gay, viado (sic), dentre outros palavrões. No fundo, eles achavam que a minha aula (de ciências naturais) ia ser uma palhaçada, mas sempre no primeiro dia, eu contava a minha história de vida e ganhava fãs e aliados. Eles também são pobres, nordestinos e sonham com dias melhores. “Além disso, sempre mantive postura, seriedade para lecionar, o que foi fundamental para adquirir o respeito de alunos e colegas”, completa.
Depois de conquistar estabilidade e ser aprovada em concurso público na área de Educação, Luma passou na seleção de um mestrado em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e a cidade cearense mais próxima era Aracati. “Começou tudo de novo, tive que voltar à estaca zero”, disse Luma que precisou pedir uma intervenção da Secretaria Estadual da Educação do Ceará para ser admitida em concurso que havia sido a única pessoa a ser aprovada. “A minha nomeação era sempre protelada sem que um motivo fosse alegado".
Anos depois, em 2005, desenvolveu o projeto “Intimamente Mulher” que incentivava alunas e professoras a fazer exames de prevenção que lhe rendeu o primeiro lugar no Estado e um prêmio no Ministério da Educação.
Atualmente, Luma está casada com um professor de História, realiza palestras, é constantemente convidada para ser madrinha de formaturas e passeatas, além de presidir a Associação Russana de Diversidade Humana, na cidade de Russas, a 165 km de Fortaleza.
Tese de doutorado
Essas e outras barreiras enfrentadas por travestis foram relatadas na tese da doutoranda, que aponta alguns entraves enfrentados por travestis nos ensinos médio, fundamental e superior. “Uma coisa é o nome, onde muitos professores fazem questão de gerar um constrangimento as chamando pelo nome de batismo, outra é a utilização do banheiro, onde somos obrigadas a usar os sanitários masculinos, o que é muito desagradável, pois as travestis acabam sendo vítimas de muita gozação, agressões físicas, tentativas de estupro e isso tudo faz com que elas deixem a escola”, disse ela que há dois anos conseguiu mudar os documentos e abandonar o antigo nome de João.
O uso do banheiro por parte das travestis é um dos capítulos da tese de Luma. Ela disse que prendia a urina e só ia ao banheiro depois que chegava em casa, o que lhe rendeu, à época dores abdominais, dilatação da bexiga, além do desconforto no momento em que assistia a aula. “Muitas vezes eu perdia a concentração”, resume.
Realidades diferentes no interior e nos grandes centros
Na apuração para a produção da tese de doutorado, Luma Andrade, estudou 95 casos em todo o Ceará, mas três cidades tiveram maior destaque: Fortaleza, Russas e Tabuleiro do Norte. Nos municípios, ela encontrou duas realidades diferentes.
Na capital, mesmo com uma maior oferta de estabelecimentos educacionais, as travestis quase não têm acesso à educação e a maioria se concentra em zonas de prostituição no centro e na orla da cidade. Já em Russas e em Tabuleiro do Norte, ela acompanhou de perto a história de três travestis que freqüentavam aulas em escolas de ensino fundamental e médio. “Por incrível que pareça, no interior elas são mais acolhidas e o preconceito é menor, pois elas conseguem viver no ambiente da família, sem precisar se prostituir. É possível ver travestis trabalhando no comércio como vendedoras e em diversas atividades”, observa.
Outra coisa que chamou a atenção da doutoranda foi o fato de muitos dirigentes escolares e educadores não saberem distinguir uma travesti de um homossexual. Segundo o manual de comunicação da Associação Brasileiras de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros (ABGLT), "um travesti é a pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade". Já um homossexual é, segundo o documento, "a pessoa que se sente atraída sexual, emocional ou afetivamente por pessoas do mesmo sexo/gênero".
Fonte: UOL
Fonte: Miséria Demontier Tenório
Dois homens foram trazidos para a Delegacia de Juazeiro do Norte após serem abordados por volta das 21 horas desta segunda-feira na CE-060, rodovia que liga os municípios de Barbalha e Jardim. Francisco Paulo Silva de Sá, de 36, e Iago dos Santos Rocha, de 20 anos, trafegavam em uma motocicleta e conduziam duas trouxinhas de maconha. A abordagem da moto Yamaha YBR 125E de cor preta, ano 2008, e placa HYW-8054, inscrição do Ceará, se deu à altura do bairro Pré-Holandia de Barbalha.
De acordo com os Soldados Sócrates, Portela, Aquino, Neves e Matias foi feito um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) contra ambos na Delegacia por uso de drogas. Francisco mora no Sítio Pinheiros e Iago no Sítio Piquet, ambos no Distrito de Caldas. A motocicleta foi recolhida ao pátio do Detran de Juazeiro por estar em débito com o licenciamento e IPVA, além de conter multa.
FURTOS E ROUBOS – O movimento policial das últimas 24 horas foi considerado tranqüilo com poucas ocorrências. Na loja Empresta que funciona na Rua Santa Luzia no centro de Juazeiro, a gerente Ana Najara Vieira avisou à polícia sobre o furto de um notebook, uma sanduicheira, um ferro de engomar e R$ 90,00 em dinheiro. Na Rua Roseira de Lemos (Vila Fátima), dois homens armados em uma moto tomaram de Carlos Nascimento, de 49 anos, sua carteira com R$ 200,00 e um celular. Já no cruzamento das Ruas Santa Cecília e Leão XIII (Salesianos), uma jovem de 18 anos teve o seu celular roubado por uma dupla armada que viajava em uma motoneta.
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