terça-feira, 29 de maio de 2012

Fortaleza - CE - Acusada de atropelar e matar três pessoas diz que foi induzida na DP



Amanda acusou o delegado de tê-la induzido a dizer que havia bebido na noite anterior ao fato. Após a audiência, voltou para o Presídio. (Foto: Natinho Rodrigues)

"Eu não queria fazer mal a ninguém", disse a estudante Amanda Cruz da Silva, 19, acusada de atropelar e matar três pessoas, entre elas uma grávida, no último dia 17 de março, na Avenida Deputado Paulino Rocha, no bairro Cajazeiras.

A audiência em que a estudante foi interrogada pelo juiz José de Castro Andrade, da Terceira Vara do Júri de Fortaleza, foi concluída no começo da noite de ontem e todas as testemunhas arroladas no processo foram ouvidas, em três dias diferentes.

Amanda afirmou perante o juiz ter sido "induzida" pelo delegado que estava no plantão do 30ºDP (São Cristovão), para onde foi levada depois do acidente, a dizer que tinha ingerido bebida alcoólica na noite anterior. Segundo a defesa, o delegado plantonista que a estudante acusa de tê-la coagido é Ricardo Romagnoli, titular da Delegacia Metropolitana de Horizonte.

"Ele ficava dizendo que era hora de trocar de turno e que era melhor eu dizer logo que tinha bebido", afirmou a ré. A estudante foi submetida a exames de bafômetro e de sangue para detectar a presença de álcool ou entorpecentes no organismo, mas todos deram negativo.

Nas audiências anteriores, as oito testemunhas de acusação foram ouvidas. Na tarde de ontem, além da ré, quatro testemunhas de defesa prestaram declarações. O professor de um curso preparatório para concursos, Hércules Vinícius Madeira de Aguiar; a vizinha e amiga Maria Selma Pereira Ribeiro Barbosa; a colega da trabalho e supervisora Jordina Bezerra Costa e um conhecido da jovem, chamado João Célio, afirmaram que Amanda nunca apresentou anormalidade no comportamento e que sempre foi equilibrada.

Culpa ou dolo

Algumas requisições foram feitas pela defesa e, só depois que forem anexadas aos autos, a instrução criminal do processo será encerrada. A partir daí, o juiz Andrade analisará as alegações do Ministério Público e da defensoria e decidirá se Amanda irá a júri popular. A defesa alega que a jovem foi responsável por um crime de ´culpa consciente´, o que caracteriza homicídio culposo. Já o Ministério Público sustenta que houve ´dolo eventual´.

Fonte: Diário do Nordeste

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