A efetivação da candidatura do deputado estadual Sineval Roque (PSB) à
prefeitura do Crato parece estar gerando dúvidas e divisões de
opiniões na cúpula do PSB estadual.
Segundo
informações de bastidores, após a inauguração da Escola de Ensino
Médio Ana Noronha, município de Parambu, o governador Cid Gomes em
conversa informal, quando questionado sobre a situação no Crato, teria
admitido que a pré-candidatura de Roque enfrenta grandes dificuldades. A
argumentação teria sido baseada em resultados de pesquisas internas
que apontariam um alto índice de rejeição ao nome do pré-candidato.
O
governador Cid Gomes teria dito, ainda, que o nome de André Barreto,
ex-PV e agora filiado ao PSB, seria uma opção viável e que Ciro é quem
segura o nome de Roque. Estavam na inauguração o vice-governador
Domingos Filho (PMDB), o deputado federal Genesias Noronha (PMDB), a
prefeita Kelly Matheus Noronha e outras lideranças da região. O evento
aconteceu no último dia 29 de maio.
O pragmatismo do processo
Política é debate, mas eleição é pragmatismo. Na atual realidade
eleitoral é melhor investir em um nome pouco lembrado, mas que tem baixo
com índice de rejeição. É mais barato convencer sobre um bom
potencial, que reverter antipatia. E para Cid, ganhar no Crato é
questão de honra.
André Barreto está fora da disputa pré-eleitoral, o que, lhe trouxe
pouco desgaste e, menos ainda, confronto. É uma liderança e provou seu
arrependimento, depois dos equívocos de 2008, e sua fidelidade ao
governador quando aceitou vir para o PSB sem qualquer perspectiva. Mas,
com essas revelações, ele entra de vez no páreo pela indicação do PSB
possibilitando, inclusive, uma disputa interna.
Agora o importante na declaração e que ela joga uma nova luz sobre o
processo eleitoral do Crato. O balançado de Roque pode pender para fora
do PSB. Ele pender para o PMDB de Ronaldo Gomes de Matos ou para o PT
de Marcos Cunha. O problema é que o PT dá os primeiros sinais de
divisão e Ronaldo é pouco acreditado pelos partidos locais; não é por
menos que ele tem apenas o PSL na sua base.
Certo mesmo é que a situação causa uma grande incógnita, já que,
dificilmente Roque entregaria a cabeça da chapa para André. Se eleito,
ele suplantaria Roque como liderança. E, na verdade, Roque ainda goza de
prestígio junto a essa mesma cúpula. Tudo o que está acontecendo é
apenas pragmatismo eleitoral e nesses casos a amizade nem sempre é
fundamental. Decisão difícil a do PSB de Crato. Que tal tentarem a
moeda?
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