sábado, 14 de julho de 2012

MPE divulga que 76 moradores de rua foram mortos em Maceió





Número coloca Alagoas na mira de organismos internacionais de Defesa dos Direitos Humanos

Maioria das vítimas podem ter sido mortas por grupos de extermínio (Emergencia190) Por: Antonio C Melo


Um número que coloca Alagoas novamente na “mira” de organismos internacionais de Defesa dos Direitos Humanos. 76 moradores de rua foram executados a tiros em Maceió nos últimos 18 meses. De acordo com um relatório assinado por promotores da Comissão de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual (MPE) entre os anos de 2010 a 2011 foram executados 60 moradores de rua. Já este ano foram registrados 16 assassinatos.

O relatório contendo todos os dados sobre cada homicídio foi entregue ao procurador geral de Justiça, Eduardo Tavares Mendes. Nele, os promotores Flávio Gomes da Costa, Marluce Falcão e Miriã Tavares Pinto não descartam a possibilidade da maioria das vítimas terem sido mortas por grupos de extermínios.

Na opinião dos representantes do MPE em pelo menos dois casos há sinais evidentes da ação de grupo de extermínio formado ou por policiais ou por vigilantes noturnos.

O documento apresenta ainda um mapeamento dos bairros de Maceió onde ocorreram o maior número de crimes. Para surpresa dos promotores o Centro da Cidade lidera as ocorrências. Foram 15 assassinatos registrados no período pesquisado. O segundo bairro foi a Levada, com 9 crimes, seguido do Bom Parto e Jacintinho, com 4 assassinatos cada um.

O levantamento dos promotores aponta ainda que a maioria das vítimas tinham envolvimento com drogas, roubos e até homicídios.

Os promotores também levantaram onde estavam e como andavam os inquéritos feitos pela Polícia Civil (PC) sobre cada um dos casos. Em 37 inquéritos as investigações foram concluídos, sendo que apenas 18 constam os nomes dos assassinos e os demais as investigações continuam em andamento. Já em cinco dos homicídios a PC não abriu inquérito.

O relatório encerra recomendando que todos os inquéritos sejam encaminhados para a Delegacia de Homicídio (DH) a fim de que todos os casos sejam devidamente esclarecido e seus autores presos e encaminhados para a Justiça.

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