
O ex-policial comandava um grupo de extermínio na década de 80 que matou
mais de 50 pessoas. Ele ficou preso 27 anos.
Marcelo Hespaña Tremembé, SP
Um dos homens mais perigosos e temidos de São Paulo na década de 80 foi
assassinado na quarta-feira (26) à noite com 10 tiros em
Pindamonhangaba, interior de São Paulo. O ex-policial conhecido como
Cabo Bruno estava solto há um mês, depois de passar 27 anos na cadeia.
Cabo Bruno comandava um grupo de extermínio que matou mais de 50
pessoas.
As marcas de pistolas 765 e .40 estão na rua e na calçada. A polícia
acredita que foram essas as armas usadas pelos dois homens que
executaram o Cabo Bruno. “Eu acordei. O barulho foi muito. Foi
violento”, relata o vizinho Ildo Correa Leite.
Acompanhe o Jornal Hoje também pelo twitter e pelo facebook.
O ex-policial, a mulher dele e um parente do casal estavam dentro do
carro. Eles tinham acabado de chegar em casa, depois de participar de um
culto religioso na cidade de Aparecida. Segundo testemunhas, o Cabo
Bruno estava sentado no banco do passageiro. Dois homens se aproximaram
do carro, um pelo lado direito e outro pelo esquerdo. Em seguida,
dispararam vários tiros no rosto e no abdômen do ex-policial.
“Os tiros foram direcionados para a cabeça. Então foram tiros para
executar mesmo, não houve nenhum tipo de conversa anterior, nada disso”,
explica o delegado Vicente Lagiotto.
“Cabo Bruno” era apelido. O nome verdadeiro do ex-policial era
Florisvaldo de Oliveira. Na década de 80 ele ficou conhecido como o
principal matador da zona sul de São Paulo. O ex-policial foi preso e
condenado a 120 anos por comandar um grupo de extermínio que trabalhava
para comerciantes da região.
Ele era acusado de assassinar mais de 50 pessoas. O ex-policial dizia
que começou a matar porque não acreditava na recuperação dos bandidos.
Entretanto, na prisão, se converteu e se tornou pastor de uma igreja
evangélica.
Cabo Bruno casou enquanto estava preso com uma pastora da igreja. Ele
era muito respeitado como líder religioso do presídio. Ele cumpriu uma
pena de 27 anos. Os últimos 10 anos na Penitenciária II de Tremembé.
Depois de tanto tempo atrás das grades, foram apenas 35 dias de
liberdade.
Fora da prisão, Cabo Bruno seguiu uma rotina como missionário. Todas as
noites, o pastor Florisvaldo fazia cultos nas cidades do Vale do
Paraíba. “Tudo o que ele falava dava uma credibilidade muito grande pela
sinceridade dele”, fala a missionária Marli Sacramento.
O promotor de justiça Paulo de Palma que pediu a liberdade do Cabo Bruno
ficou assustado com a execução. “Eu tenho para mim, assim como tenho
certeza ocorre com a juíza que o liberou, que ele se encontrava
absolutamente ressocializado e com plenas condições de retomar a sua
vida, de acordo com a lei e a ordem”.
Segundo o advogado do ex-policial, ele só foi condenado por nove
assassinatos dos 50 que eram atribuídos ao grupo de extermínio.
http://g1.globo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário