
Fiocruz vai encabeçar a pesquisa, que já é realizada no Vietnã e na
Indonésia
Bactéria tornará o mosquito incapaz de transmitir o vírus
A Fundação Oswaldo Cruz participa de uma pesquisa internacional com o
objetivo de eliminar a dengue. O projeto, que já é realizado no Vietnã,
na Indonésia e chega agora ao Brasil, utiliza a bactéria Wolbachia para
bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti.
O pesquisador Luciano Moreira, da Fiocruz, será o líder do projeto no
Brasil. O método é baseado na soltura programada de mosquitos com a
Wolbachia. Eles recebem a bactéria em laboratório, onde é cultivada uma
colônia dos insetos. A Wolbachia é passada da fêmea para o ovo do
mosquito naturalmente.
Com o tempo, a expectativa é de que a maior parte da população de
mosquitos já tenha a bactéria e seja incapaz de transmitir a dengue.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, havendo a aprovação das
autoridades regulatórias e com o consentimento dos moradores das
localidades, as primeiras experiências de campo com a soltura de
mosquitos com a bactéria podem ocorrer em maio de 2014.
As regiões serão monitoradas por meses e, em fases posteriores, o
impacto sobre a incidência da dengue será avaliado.
Segundo os pesquisadores, a Wolbachia está presente naturalmente em
cerca de 70% dos insetos no mundo e não há evidências de qualquer risco à
saúde humana ou para o ambiente.
O programa de pesquisa é liderado pela Universidade de Monash, de
Melbourne, na Austrália, com diversos colaboradores internacionais.
No Brasil, o projeto foi batizado de Eliminar a dengue: Desafio Brasil,
com financiamento da Fiocruz, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência
e Tecnologia e Inovação e Foundation for the National Institutes of
Health, dos Estados Unidos.
R7
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