
Caso foi considerado encerrado para a família (Foto: 180 Graus)
“Estragou a minha vida. Usaram da minha boa fé e do meu amor”, afirma o
caminhoneiro Deivid Correa, de 26 anos, que matou com dois tiros nas
costas a dançarina Alini Gama, de 21 anos. Segundo a polícia, a morte
foi um pedido da namorada Adayane Matias e do dançarino Juliermeson
Bastos, ambos com 20 anos. Eles queriam o lugar da vítima em uma banda
de forró. O crime foi, de acordo com o suspeito, uma prova de amor. No
dia 21 de setembro, em Cariacica, Espírito Santo, Alini foi assassinada
no estacionamento de uma pousada.
No começo de setembro, Alini participou de um show do Trio Chapahall´s.
Nas imagens, Adayane dança com o parceiro Juliermeson, conhecido como
Júlio. A banda de forró convidou a dupla de dançarinos para fazer apenas
quatro apresentações. Os empresários do grupo informaram que, desde o
principio, deixaram claro que os dois não seriam fixos na banda e que
queriam quatro dançarinas.
Dias depois da participação de Adayane e Julio, a banda escolheu as
quatro dançarinas que seriam fixas, entre elas, Alini Gama. Antes de
morrer, ela estava ensaiando para a gravação do DVD do grupo. A
companheira de dança Vânia Campos disse que, junto com a amiga,
realizava o sonho de ser dançarina. “Ela estava no auge, estava linda,
dançando muito. Estava no momento dela”, disse.
Enquanto elas treinavam a coreografia, Adayane e Julio arquitetavam um
plano para eliminar as concorrentes e voltar para a banda. É o que
revelou Deivid, em um vídeo gravado pela polícia. “Ela (Adayane) disse
sobre a ideia do Julio, para poder dar um susto nessa menina. Até então,
se eu desse um susto o contratante ia chamar a gente de volta”, disse.
Sabendo que Alini viajaria com a banda, Julio, Adayane e Deivid pensam
em um atentado. “O atentado seria no ônibus. Iria atirar quando passasse
pela Serra. Mas falei que não, porque tinha muita gente inocente. Foi
ai que eles bolaram para eu ligar, passar por outra pessoa, combinar com
ela o local, simular uma coisa qualquer e terminar com ela”, explicou.
Deivid, então, ligou para Aline. Disse que queria contratar a dançarina e
combinou um encontro. O local escolhido foi o estacionamento de uma
pousada que sempre tem movimento. Fica ao lado de uma rodovia também
muito movimentada. Era de manhã. Ele só não foi filmado dando dois tiros
em Alini porque uma câmera de segurança da pousada não estava
funcionando. A dançarina ficou caída no estacionamento e Deivid fugiu de
moto. Mas foi visto por testemunhas. A polícia não demorou em
encontrá-lo e ele foi preso no mesmo dia.
No começo dos depoimentos para a polícia, Deivid assumiu o crime, mas
protegeu a namorada. Ele não disse a verdade e assumiu a culpa todo
sozinho. “Eu não queria prejudicar ela. Ela não fez nada. Quem fez isso
tudo fui eu e o Julio”, disse o caminhoneiro.
Mas, depois, quando ficou sabendo que havia sido traído por Adayane,
justamente, durante os shows que fez com o Trio Chapahalls, Deivid muda
sua versão do crime. “Se eu fiz isso, foi por que ela me pediu”, disse
ao delegado.
Adayane é presa e admite o crime para a polícia, mas culpa Júlio. “Da
minha cabeça isso nunca teria saído. Nunca ia pensar em pedir Deivid
para fazer isso”, relata a dançarina.
O dançarino também é preso e, ainda na viatura, Julio confirma que
mandou matar Alini. Ele achava que, sem ela, voltaria a dançar com o
Trio Chapahall´s e que gravaria o DVD com a banda. “Até então, eles
tinham falado que tinham gostado da gente. Só o figurino não foi
adequado. Então, tirando ela do nosso caminho, eu também teria essa
oportunidade”, contou Julio.
Para o delegado Adroaldo Lopes, o caso está encerrado. “Eles vão ser
indiciados por homicídio duplamente qualificado. Primeiramente, por
motivo fútil, depois pela impossibilidade de defesa da vítima, tendo em
vista que ele atirou pelas costas”, afirma.
Mesmo sem Alini, a banda gravou o DVD e fez uma homenagem: foi
respeitado um minuto de silêncio durante a gravação, que aconteceu um
dia depois da morte da dançarina, em São Mateus, Norte do Espírito
Santo. No palco, três e não quatro dançarinas como queria a banda. O
quarto lugar será em memória a Alini, “para sempre no Trio Chapahall´s”.
Fonte: 180 Graus
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