terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Justiça bloqueia bens de sócios da boate de Santa Maria










Um dos donos da boate, Mauro Hoffmann é transferido ao presídio (Foto: Emerson Souza/Agência RBS)
O juiz plantonista do Fórum de Santa Maria (RS), Afif Simões Neto, autorizou na noite desta segunda-feira (28) o bloqueio de bens dos donos da boate Kiss, onde um incêndio matou 231 pessoas na madrugada de domingo (27). O pedido foi feito pela Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, que também abrange eventuais bens registrados em nome da boate como pessoa jurídica.
 
"É uma forma de garantir indenizações futuras, em razão da gravidade do fato, do número de envolvidos e temendo que os donos se desfaçam do patrimônio", afirmou o defensor público geral do Estado, Nilton Leonel Maria, em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo.
 
O próximo passo, segundo Maria, é ajuizar ações indenizatórias, individuais ou coletivas.
 
Os empresários Mauro Hoffman e Elissandro Spohr, apontados como donos da casa noturna, tiveram as prisões temporárias decretadas pela Polícia Civil nesta segunda (28). Hoffman se entregou no início da tarde, e Spohr, que estava na boate no momento do incêndio, está sob custódia policial em um hospital de Cruz Alta (RS), onde permanece internado.
 
A Justiça também decretou a prisão de dois músicos da banda Gurizada Fandangueirado --o  vocalista Marcelo dos Santos e o produtor Luciano Leão--, que seriam responsáveis pelo lançamento de um artefato luminoso que teria causado o incêndio no local. Ambos também foram presos hoje. 
 
As prisões foram motivadas por indícios de que eles estariam prejudicando as investigações com o desaparecimento ou com a manipulação de provas. A informação é da promotora criminal Waleska Flores Agostini, representante do Ministério Público na investigação do caso, que disse que o aparente sumiço de imagens do circuito interno de câmeras da boate caracterizaria obstrução. 
 
A investigação, segundo o delegado da Polícia Civil de Santa Maria, Marcelo Arigony, aponta que o incêndio começou em decorrência do uso de um sinalizador e as portas da casa noturna não eram adequadas para saída em massa das pessoas. As apurações preliminares indicam que foram usados três sinalizadores durante a festa: dois no chão e um no alto, virado em direção ao teto. Mas, nenhuma das pessoas ouvidas até o momento --inclusive os presos temporariamente-- assumiu ter usado um sinalizador.

Fonte: UOL

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