O juiz plantonista do Fórum de Santa Maria (RS), Afif Simões
Neto, autorizou na noite desta segunda-feira (28) o bloqueio de bens dos
donos da boate Kiss, onde um incêndio matou 231 pessoas na madrugada de
domingo (27). O pedido foi feito pela Defensoria Pública do Rio Grande
do Sul, que também abrange eventuais bens registrados em nome da boate
como pessoa jurídica.
"É uma forma de garantir indenizações futuras, em razão da gravidade do
fato, do número de envolvidos e temendo que os donos se desfaçam do
patrimônio", afirmou o defensor público geral do Estado, Nilton Leonel
Maria, em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo.
O próximo passo, segundo Maria, é ajuizar ações indenizatórias, individuais ou coletivas.
Os empresários Mauro Hoffman e Elissandro Spohr, apontados como donos da
casa noturna, tiveram as prisões temporárias decretadas pela Polícia
Civil nesta segunda (28). Hoffman se entregou no início da tarde, e
Spohr, que estava na boate no momento do incêndio, está sob custódia
policial em um hospital de Cruz Alta (RS), onde permanece internado.
A Justiça também decretou a prisão de dois músicos da banda Gurizada
Fandangueirado --o vocalista Marcelo dos Santos e o produtor Luciano
Leão--, que seriam responsáveis pelo lançamento de um artefato luminoso
que teria causado o incêndio no local. Ambos também foram presos hoje.
As prisões foram motivadas por indícios de que eles estariam
prejudicando as investigações com o desaparecimento ou com a manipulação
de provas. A informação é da promotora criminal Waleska Flores
Agostini, representante do Ministério Público na investigação do caso,
que disse que o aparente sumiço de imagens do circuito interno de
câmeras da boate caracterizaria obstrução.
A investigação, segundo o delegado da Polícia Civil de Santa Maria,
Marcelo Arigony, aponta que o incêndio começou em decorrência do uso de
um sinalizador e as portas da casa noturna não eram adequadas para saída
em massa das pessoas. As apurações preliminares indicam que foram
usados três sinalizadores durante a festa: dois no chão e um no alto,
virado em direção ao teto. Mas, nenhuma das pessoas ouvidas até o
momento --inclusive os presos temporariamente-- assumiu ter usado um
sinalizador.
Fonte: UOL
Fonte: UOL
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