Centenas fazem passeata pela paz, na praça Saldanha Marinho, em Santa
Maria (RS), em homenagem às vítimas do incêndio na boate Kiss, que matou
231 pessoas na madrugada deste domingo (27) (Foto: Luis
Gonçalves/AgenciaPreview)
Milhares de pessoas
participaram de uma passeata pela paz na noite desta segunda-feira (28)
pelas ruas de Santa Maria (RS), em homenagem às vítimas do incêndio na
boate Kiss, que matou 231 pessoas na madrugada deste domingo (27).
Estima-se que cerca de 10.000 pessoas participaram do ato.
De camisetas brancas com uma faixa preta representando o luto pelas
vítimas, os manifestantes percorreram o mesmo trajeto que os corpos
fizeram após a tragédia. As pessoas seguiram da praça Saldanha
Marinho até a boate Kiss e, em grupos menores, depositaram flores e
outros objetos na porta do local em memória dos que morreram. As
homenagens também incluíram um minuto de silêncio, enquanto 231 balões
brancos foram soltos em direção ao céu, em referência ao número de
mortos.
Completamente em silêncio, os participantes organizaram a caminhada sem a
necessidade do uso de microfones ou megafones. "A caminhada é
silenciosa, porque no tumulto não se pede paz", disse um dos
organizadores. Os silêncios só foram interrompidos apenas para orações
coletivas, salva de palmas e para o canto dos hinos rio-grandenses e
nacional.
O ato, que começou por volta das 22h, terminou duas horas depois no
Centro Desportivo Municipal, para onde as vítimas do incêndio foram
levadas e, posteriormente, reconhecidas pelas famílias. Mas, ao invés
dos corpos enfileirados [cena que marcou as primeiras 24 horas após a
tragédia], estavam expostos cartazes. Uns em apoio aos familiares.
Outros uma recordação aos jovens que não sobreviveram. E uns
aproveitaram para pedir por Justiça.
Estevan de Oliveira, 18, não deixou de participar do ato, tampouco de
homenagear os nove amigos que morreram na tragédia. "Conforme ia
andando, ficava pensando que não vou mais poder rir com eles", disse.
Também marcaram presença sobreviventes do incêndio. Entre eles, Rodrigo
Pivetta, 19, que aproveitou a oportunidade para lembrar-se da amiga
Leandra Toniolo, que não teve a mesma sorte e acabou morrendo. "Fiz
minha homenagem: caminhei pensando em minha amiga, que estava muito
feliz minutos antes de morrer", contou ele, que mesmo após quase 48
depois da tragédia, ainda se mostrava bastante abalado. "Tomei coragem e
passei hoje em frente ao local. Veio tudo na minha cabeça de novo. Vivi
num cenário de guerra."
A Caminhada do Luto foi organizada via Facebook e cerca de 10.000 pessoas haviam confirmado a presença pela rede social.
Fonte: UOL
A Caminhada do Luto foi organizada via Facebook e cerca de 10.000 pessoas haviam confirmado a presença pela rede social.
Fonte: UOL
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