sexta-feira, 1 de março de 2013

Crato-CE: Obras públicas têm atraso de mais de 2 anos


Yaçanã Neponucena
Conclusão da recuperação do Canal do Rio Grangeiro, destruído pelas chuvas de 2011, ainda é aguarda com expectativa pelos moradores. (Foto: Yaçanã Neponucena)
Duas obras estruturantes e projetos do Governo do Estado estão com atraso de mais de dois anos no município do Crato. A população reclama da demora na solução de antigos problemas. Um dos pontos mais críticos é o Canal do Rio Grangeiro, que desabou em janeiro de 2011, após uma intensa chuva. Devido à gravidade desse desastre, que atingiu mais de 50 famílias, a reconstrução foi considerada como emergencial.

Para isso, o Ministério da Integração Nacional liberou uma verba de R$ 4 milhões. Destes, apenas R$ 2 milhões foram investidos. Inicialmente, o prazo para a entrega dos reparos era de 90 dias. Porém, a conclusão das restaurações não foi possível devido a novas chuvas. Até agora, a área continua sem muitas mudanças.

Na primeira etapa, a Construtora Coral, contratada para realizar os serviços, executou as correções das erosões nos taludes do canal e a recuperação do entorno das pontes que ligam os Bairros do Pimenta ao Seminário e a da Rua Rui Barbosa, além da colocação dos gabiões, que iriam substituir as paredes do canal destruídas pelas águas.

Mas, apesar de todo o material utilizado na obra ter sido aplicado de acordo com as especificações do projeto, não foi suficiente para suportar as primeiras chuvas e o canal voltou a ruir, desfazendo os trabalhos.

A Prefeitura do Crato colaborou com o desassoreamento do leito do canal, de onde foram retirados mais de 300 toneladas de areia e pedras. Atualmente, a Construtora Coral está refazendo os serviços da primeira etapa, concluídos em janeiro de 2012. Para isso, o Governo do Estado entrou com um aporte superior a R$ 7 milhões. No local, estão sendo realizadas a drenagem interna. Os gabiões, que dariam sustentação aos aterros das laterais do canal, estão sendo revestidos por uma estrutura de concreto armado. Cerca de 60% da etapa foram executados. A reconstrução do cenário de desastre era para ser concluída em abril de 2012. Agora, a previsão de término é para o próximo mês de junho. A população residente na área teme novas catástrofes.

Seminário

Já o projeto de requalificação e urbanização da Encosta do Seminário, que tem orçamento médio de R$ 20 milhões, oriundos do Banco Mundial (Bird), ainda está em fase de licitação, junto à Secretaria das Cidades. A obra deveria ter sido iniciada há mais de um ano. Prevê a instalação do esgotamento sanitário, a contenção dos processos erosivos da área, conhecidos como vulcões, e a construção de 104 unidades habitacionais, sendo 24 no conjunto Novo Crato e as demais no Bairro Barro Branco, todas destinadas à famílias residentes em áreas de risco.

Devido à burocracia entre os órgãos participantes, a medida não foi licitada anteriormente. A expectativa é que ainda no início do segundo semestre deste ano seja dada a ordem de serviço. Estima-se que 30 mil habitantes da localidade serão beneficiados. No Crato, a requalificação e urbanização da Encosta do Seminário será a obra de maior investimento. De acordo com o secretário de Infraestrutura do Município, José Muniz de Alencar, tanto a reestruturação da encosta como a reconstrução do Canal são medidas prioritárias. "Esses dois investimentos irão trazer tranquilidade e segurança para a comunidade que reside no Centro da cidade. O nosso município enfrenta grandes problemas e essas ações podem reduzir os efeitos", pontua.

Entretanto, segundo o secretário, a obra do Canal do Rio Grangeiro não é definitiva. Pelo equipamento, que já não atende mais as demandas, passam as bacias hidrográficas do Grangeiro, Lameiro e de alguns bairros, como o Pimenta e Seminário. Todo o líquido deságua no Rio Salgadinho. Atualmente, devido ao crescimento populacional desordenado e pela malha viária do município encontrar-se totalmente impermeabilizada, o dimensionamento do canal já não suporta mais a vazão.

De acordo com um estudo técnico elaborado pela Prefeitura, será necessária a elaboração de um projeto definitivo que atenda às demandas atuais.

Outro problema estrutural é a ponte sobre o Rio Batateiras, que liga a sede do município à Vila São Bento. O equipamento corre risco de desabar e não atende mais a grande quantidade de veículos que passam no trecho. Para tentar solucionar, a Prefeitura elaborou um projeto que prevê a construção de uma nova ponte com dimensões maiores, sendo de 8,60 metros de largura por 30 de comprimento.

O recurso, na ordem de R$ 677 mil, já foi garantido pelo Ministério da Integração Nacional. Os serviços foram iniciados. Mas, em novembro de 2012, houve paralisação da obra, pois as sondagens das fundações não estavam de acordo com a execução. Um outro estudo foi realizado e verificou-se que dois dos pilares necessitavam de aprofundamento até atingir um terreno firme. A obra foi replanejada e reiniciada no último dia 25.

Investimento

20 milhões de reais serão investidos no projeto da Encosta do Seminário. Em Crato, essa será a maior obra realizada pelo Governo do Estado

Mais informações

Secretaria das Cidades
Avenida Gal. Afonso Albuquerque Lima - Edifício f Seplag
Cambeba- Fortaleza
Telefone: (85) 3101.4448

Fonte: Diário do Nordeste

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