Bancos não cumprem normas e criminalidade dispara

22/04/2013 às 14:24

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut), houve um aumento de 24% no número de “saidinhas” (Foto: Arquivo/Agência Miséria)

O simples fato de se dirigir a uma agência bancaria para efetuar saques tornou-se uma operação de risco na grande maioria das cidades brasileiras. Com o significativo aumento de roubos e assassinatos relacionados diretamente aos bancos, o congresso adotou algumas medidas preventivas, como a sanção da lei 14.961, no fim de 2011, que restringe o uso de celulares no interior das agências e a colocação de biombos nos caixas eletrônicos.

Contudo, os números do primeiro ano após a implantação de tais medidas foram desanimadores. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut), houve um aumento de 24% no número de “saidinhas”. Se comparado 2012 a 2011, a quantidade de pessoas que morreram após os crimes subiu 16,3% e 147% se confrontado com 2010.

À medida que visava proporcionar uma maior segurança no interior e entorno das agências não está, em sua grande maioria, sendo cumprida no estado do Ceará. A reportagem do Site Miséria visitou alguns dos principais agências de Juazeiro do Norte e constatou que em 80% dos bancos os clientes utilizam normalmente os aparelhos celulares sem nenhuma intervenção da gerencia ou seguranças (apesar das diversas placas de advertências existentes em seu interior).

Em se tratando da implantação dos biombos o número de bancos regulares é ainda menor. Somente as agências localizadas dentro do Cariri Garden shopping e em outras duas no centro da cidade possuem o equipamento. Na Rua Santa Luzia é possível encontrar uma agência sem, sequer, a porta giratória, considerada item básico na segurança bancaria. Para o presidente da Contraf-Cut, Carlos Cordeiro, a adequação dos bancos é fundamental para redução destes elevados indicies.

“Assim como temos nos Aeroportos, também temos de ter portas giratórias eficazes, cofre com detector de metal, alarme, enfim, equipamentos de alto nível. Devemos sempre lembrar que o importante é manter a vida das pessoas e não a rentabilidade dos bancos”, finaliza.

A pesquisa também aponta que no Ceará, 93% dos casos, os homens são os que mais morrem em assaltos envolvendo bancos. O maior número de vítimas fatais está entre as pessoas mais velhas, com faixa etária entre 41 a 50 anos. Cordeiro explica que essa disparidade na questão do gênero se refere ao fato de boa parte das vítimas serem policial e vigilante, cargos ocupados em sua maioria por homens.