Atualizado em
19/04/2013 07h00
Em vídeo, presidiário detalha como é feita a compra do aparelho.
Agepen diz que desconhecia informação, mas abriu investigação.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa ao G1, a direção da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) afirmou que desconhecia a informação acerca do comércio de celulares no presídio e que vai apurar o caso.
Questionado na delegacia se era fácil conseguir celular no presídio, Samuel Rosa de Azevedo, 20 anos, conhecido como "Samurai", diz que não. Sobre como ele consegue dinheiro, respondeu. "Trabalhando, às vezes, droga rola né. Aos poucos a gente vai se virando (sic)".
Detento explica compra de celular em presídio
em Campo Grande. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Em outro momento da entrevista na Defurv, ele confessa que costumava
fazer ligações de dentro Máxima e nunca foi flagrado com o aparelho.
Sobre o acesso ao eletrônico, Samuel diz que não são todos detentos que
conseguem comprar, "só os que têm condições".em Campo Grande. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
O segundo presidiário, José Roberto Santos Júnior, 21 anos, conhecido como "Magrelo", revelou que também pagava para conseguir o celular, no entanto, desembolsou mais: R$ 1 mil. A titular da Defurv, Maria de Lourdes Cano, disse que as investigações, que começaram há dois meses, já identificaram outros presidiários no esquema.
Os detentos apresentados pela polícia, juntamente com outros três homens, tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles devem ser removidos da Máxima e transferidos para outra unidade prisional, onde devem perder qualquer benefício que obtiveram durante o cumprimento da pena, além de serem isolados e responderem processo disciplinar interno.
Segundo informações da Agepen, desde o início do ano, foram apreendidos 46 celulares no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, somando os que foram encontrados nas operações pente fino e com visitantes que tentaram adentrar no local com o eletrônico.
Para o diretor-presidente da agência, Deusdete Oliveira, a informação dos preços revelados pelos detentos no pagamento dos aparelhos demonstra que as abordagens na unidade têm surtido efeito e dificultado a compra.
Contudo, afirmou que “é muito difícil” impedir totalmente a entrada dos celulares por conta do alto número de visitantes e da região do presídio, no bairro Jardim Noroeste, que segundo ele é bastante populosa. Muitas vezes os eletrônicos são arremessados por cima do muro.
Deusdete fala ainda que a única saída para acabar com o problema é bloquear o sinal da telefonia móvel ao redor do presídio. Existe uma torre de telefonia móvel na região que está desativada, porém, conforme o diretor-presidente, o sinal não foi bloqueado. Segundo a agência, um estudo de viabilidade sobre bloqueadores de sinal está em fase de instrução para a elaboração de edital e abertura de licitação.
Celular e facebook
Em novembro de 2012, dois detentos em Mato Grosso do Sul acabaram isolados após ser constatado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) que eles atualizavam diariamente seus perfis, pelo celular, na rede social Facebook.
Em uma das mensagens, postada em 25 de outubro, um deles relata uma suposta festa que teria acontecido dentro da unidade com o consumo de bebidas.
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