'Foi para me defender', diz homem que agrediu cão a machadadas

  Atualizado em 15/04/2013 13h49

Cachorro precisou ser sacrificado devido aos ferimentos na cabeça
Caso mobilizou associação protetora dos animais de Lençóis Paulista.

Do G1 Bauru e Marília

Os dois homens suspeitos de agredir um cão com um machado e uma barra de ferro vão responder, em liberdade, o inquérito por crime ambiental em liberdade.
O caso aconteceu na noite de sábado (13) em Lençóis Paulista (SP). Após golpear o cachorro várias vezes na cabeça, os dois homens foram levados para delegacia. A polícia foi acionada por vizinhos que ouviram os latidos do cachorro.

Segundo a PM,  machado e barra de ferro foram
usados na agressão (Foto: André Godinho/ TV Tem)

Eles disseram que agiram em legítima defesa e que tentavam prender o cachorro quando ele os atacou. “Foi para me defender, o cachorro já estava em com os dentes na minha perna, se a gente não fizesse nada, eu teria morrido. Dependendo do lugar onde ele mordesse, ele me matava”, afirma o pedreiro Adauto Ferraz. As marcas no corpo dos dois moradores da casa onde o cão vivia há 10 dias confirmam o ataque. Um deles precisou de pontos em um dos dedos, o outro ficou com hematoma na perna.

O pedreiro disse ainda que ganhou o animal e aceitou para ter um cão de guarda em casa, mas não imaginava que se tratava de um cachorro tão violento. "Se o cachorro escapasse e pegasse uma criança na rua. O que ia ser de mim?", ressalta.
O cachorro, sem raça definida, foi golpeado na cabeça por várias vezes e ainda agonizando, foi atendido por uma veterinária. Segundo Juliana Martin, a única opção foi sacrificar o animal. “Ele já não respondia a nenhum estímulo, estava deitado, com os movimentos rígidos e em estado de coma”, explica a veterinária.
A Associação Protetora dos Animais de Lençóis Paulista acompanhou o caso. Maria José Montanholi foi quem resgatou o cão. Ela confirmou que os vizinhos  chamaram a polícia. “O cachorro gritava muito, por isso os vizinhos estranharam e ligaram para polícia”, completa.
Voluntários foram até a delegacia para acompanhar o registro do caso. O machado e uma chave de entortar ferro, usados pelos donos do cachorro foram apreendidos. Segundo Milena Montanholi Mileski, em três anos de existência da associação na cidade, esse foi o caso mais grave atendido até hoje. "Nós ficamos em choque com o caso, por causa da brutalidade. Ficamos horrorizados", afirma.De acordo com a Polícia Civil, a pena para esse tipo de crime é de um a quatro anos de prisão.

Homens acusados de agredir o animal mostraram as marcas das mordidas (Foto: reprodução/TV Tem)