Dois anos após acidente, empresário será interrogado em julho em SP.
Ele responde em liberdade por homicídio duplamente qualificado.
Motorista de Porsche esconde rosto ao sair de
delegacia após ser interrogado em 2011.
(Foto/Arquivo: Roney Domingos/G1)
Quase dois anos após o acidente de trânsito que matou a advogada Carolina Menezes Cintra Santos, a Justiça de São Paulo
começa a decidir, em julho, se o motorista do Porsche que colidiu com o
carro dela será levado a júri popular por assassinato. O empresário
Marcelo Alves de Lima responde o processo em liberdade.delegacia após ser interrogado em 2011.
(Foto/Arquivo: Roney Domingos/G1)
O caso aconteceu na madrugada de 9 de julho de 2011, na esquina das ruas Tabapuã e Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, na Zona Sul da capital paulista. Câmeras de segurança gravaram a colisão.
Apesar de Carolina ter bebido e o Tucson dela avançado o sinal vermelho, o Porsche guiado pelo empresário estaria a 116 km/h, segundo laudo pericial. As imagens mostram o carro do homem atingindo o veículo da mulher, arremessando-o contra um poste.
Réu no processo por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e causar perigo), Marcelo terá de comparecer no próximo dia 4 de julho ao Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste, para ser interrogado pela juíza Lizandra Maria Lapenna. Também serão ouvidas testemunhas da acusação e da defesa.
Essa etapa, chamada de audiência de instrução, servirá para decidir se o motorista vai ser levado a julgamento. Caso a juíza decida que sim, sete jurados decidiriam se o motorista deve ser condenado, ou absolvido, da acusação. O crime de assassinato prevê pena de prisão em regime fechado.
A magistrada aceitou, no início deste ano, a denúncia do Ministério Público contra o empresário de 36 anos por assumir o risco de matar Carolina, então com 28. A advogada morreu no local do acidente. Marcelo foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso.
Em seu depoimento, o motorista alegou que se assustou com uma pessoa que apareceu ao seu lado e acelerou temendo ser assaltado. Ele pagou R$ 300 mil de fiança e, desde então, responde solto o processo.
“Ele [Marcelo] deve ser submetido a júri porque assumiu o risco de provocar o resultado, guiando numa velocidade acima da compatível para a via”, afirmou nesta terça-feira (23) ao G1 o advogado Antonio Sergio Altieri de Moraes Pitombo, que defende os interesses da família de Carolina e atua como assistente da acusação.
A equipe de reportagem não conseguiu localizar o promotor Rogério Leão Zagallo para comentar o assunto.
“Meu cliente foi denunciado de forma equivocada. É um caso que favorece a acusação. Acho que não teremos dificuldades de derrubar ao longo do processo essa acusação. A Promotoria deixa de constar na denúncia que ela [Carolina] passou no sinal vermelho e que estava embriagada. A denúncia está omitindo esse fato importante”, argumentou o advogado Celso Sanchez Vilardi, que defende Marcelo na esfera criminal.
A defesa do empresário ainda tenta reverter a decisão da Justiça que bloqueou os bens dele. Essa medida judicial pretende garantir o cumprimento de uma futura ação de danos morais ajuizada pela família da vítima.
“A vítima estava alcoolizada e passou o sinal vermelho. Pela jurisprudência no aspecto cível, independentemente da velocidade do carro dele, se ela tivesse observado o sinal vermelho, esse acidente não teria acontecido. Quando há ultrapassagem do sinal vermelho é culpa exclusiva da vítima. Meu cliente foi prejudicado. Ele sofre com tudo isso”, disse o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho, que trabalha com sua mulher, Maria Conceição Gonçalves Coelho, na defesa do empresário no campo cível.
Porsche e Tucson ficaram destruídos após colisão em 2011 (Foto/Arquivo: Helio Torchi/Futura Press)
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