segunda-feira, 15 de abril de 2013

Kiss funcionava sem certidão de reforma, diz arquiteto em CPI

  Atualizado em 15/04/2013 13h40

Rafael Escobar apontou 29 irregularidades no projeto de reforma da boate.
Mais dois servidores foram ouvidos, e outro cinco vão depor nesta quarta.

Do G1 RS

A CPI da Câmara de Vereadores de Santa Maria que investiga o incêndio na boate Kiss, na madrugada de 27 de janeiro na cidade da Região Central do Rio Grande do Sul, que causou 241 mortes, ouviu três funcionários públicos municipais. Um deles, o arquiteto Rafael Escobar, apontou 29 irregularidades no projeto de reforma da casa noturna.
Segundo o arquiteto, a Kiss funcionava sem a certidão de conclusão de reforma, documento obrigatório para que estabelecimentos com alterações na parte interna possam operar.
Outros cinco servidores devem ser ouvidos na quarta (17). Na próxima semana, os delegados que comandaram as investigações devem ser convidados a prestar esclarecimentos sobre as causas da tragédia.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 241 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.
O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados
Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

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