sábado, 6 de abril de 2013

'Não vi nada', diz médico suspeito de atropelar ciclista e fugir sem socorrer


  Atualizado em 05/04/2013 22h54

Atropelamento foi na noite de segunda-feira (1º), em Curitiba.
Vítima ainda está internada na UTI em estado grave.

Do G1 PR

O médico ginecologista Rafael Rosa, suspeito de ter atropelado um ciclista e fugido do local sem prestar socoro, falou com a imprensa pela primeira vez, nesta sexta-feira (5). O caso aconteceu na noite de segunda-feira (1º), em Curitiba. Rosa disse que o pó do vidro quebrado do carro o deixou com a visão turva e que não percebeu ter atingido alguém.
“Não vi nada. O meu olho estava extremamente irritado por causa do pó de vidro. Tirei o celular e não consegui individualizar os números para fazer qualquer ligação”, contou o médico.
Imagens das câmeras de segurança de um prédio próximo ao local do acidente registraram o momento em que o motorista do carro para o veículo a 30 metros do ciclista atropelado. Em seguida, ele desce, vê a vítima, entra no carro novamente e vai embora.

Segundo ele, a decisão de sair do local do atropelamento sem prestar o socorro foi porque ficou com medo. “Antes de ser assaltado, vou entrar no carro e ir para a minha casa”, concluiu. Rosa negou que tivesse bebido antes de dirigir e disse que só soube do atropelamento quando viu as reportagens pela TV.
O ginecologista contou que pretende visitar o ciclista atropelado. “Eu vou me dirigir ao hospital. Não sei quando. Eu tenho meus afazeres, eu também tenho pacientes, mas eu vou procurar a melhor forma de poder ajudá-lo”, afirmou.
O homem que foi atropelado, um garçom de 32 anos, está internado  na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital da cidade. O estado de saúde dele é considerado grave. Ele teve fraturas nas pernas, traumatismo craniano e chegou a entrar em coma.
(...) vou procurar a melhor forma de ajudá-lo"
Rafael Rosa, médico suspeito
Ele foi identificado pelos investigadores que, primeiramente, localizaram o veículo. O carro, um sedã de luxo, estava dentro da garagem do condomínio onde o médico reside coberto por uma capa.
O carro foi apreendido e o procedimento será encaminhado para o Departamento de Trânsito (Detran) para que seja analisada a necessidade de se instaurar um processo administrativo de suspensão ou cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A partir de agora, o médico vai responder por lesão corporal com omissão de socorro. A pena prevista para estes casos é de seis meses a dois anos de prisão, com o agravante de omissão de socorro que pode aumentar a punição.

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