segunda-feira, 29 de abril de 2013

Quarto suspeito preso por morte de dentista vai para CDP


  Atualizado em 29/04/2013 11h14

Suspeito foi preso na madrugada desta segunda-feira (29) em Itapevi.
Para delegado, investigações estão encerradas.

Glauco Araújo Do G1 São Paulo, em São Bernardo do Campo

O último suspeito de participar da morte da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, em São Bernardo do Campo, no ABC, foi encaminhado para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal da cidade por volta das 9h15 desta segunda-feira. Em seguida, ele irá para um Centro de Detenção Provisória da região - o local exato não havia se informado até as 9h30. Thiago de Jesus Pereira, de 25 anos, foi localizado na casa de parentes, em Itapevi, na Grande São Paulo, por volta de 2h40. Segundo a Polícia Civil, ele tem três passagens por roubo.
Segundo o delegado Roberto Bueno Menezes, titular do 2º Distrito Policial de São Bernardo, a investigação do caso está encerrada e todos os quatro suspeitos presos já foram indiciados. "A investigação está ecerrada. Só faltam os laudos para concluir o inquérito”, disse nesta manhã.

Ao deixar o 2º Distrito Policial de São Bernardo do Campo, Pereira se disse inocente. "Não tenho nada a ver com isso". A mãe dele, que não quis informar o nome, também acredita da inocência do filho. “Acho estranho porque ele só saía pra roubar às 6h e esse caso [da dentista morta] foi à tarde". A tia de Pereira, que preferiu não informar seu nome, também admitiu a participação do sobrinho em crimes. " Meu sobrinho não é assassino, ele é ladrão."
A polícia chegou à casa onde Pereira estava após denúncia anônima. Segundo Menezes, o suspeito confirmou que fazia parte da quadrilha, mas negou ter participado da ação que terminou com a morte da dentista.
Suspeito é levado para IML (Foto: Glauco Araújo/G1)Suspeito é levado para IML (Foto: Glauco Araújo/G1)
A polícia, porém, não tem dúvidas de que ele participou do assalto que terminou com a  morte a dentista, de 47 anos, na quinta-feira (25). Pereira, que portava uma arma, entrou no consultório de Cinthya pedindo atendimento urgência. Ela foi queimada viva dentro do consultório, no Jardim Hollywood. De acordo com a polícia, os criminosos resolveram matá-la porque ela tinha apenas R$ 30 na conta bancária.
Segundo a polícia, Pereira estava dormindo no momento da abordagem. Embora não tenha resistido à prisão, ele se identificou como Rafael para despistar os policiais. A semelhança do suspeito com o retrato falado feito por outras vítimas, porém, não deixava dúvidas. Ele foi levado para o 2º Distrito Policial de São Bernardo, que investiga o crime.
Segundo o delegado, Thiago Pereira explicou como fazia para entrar em consultórios odontológicos. "Ele falava que estava com problema dentário, entrava e facultava o ingresso dos demais, fazia as ameaças e rendia as vítimas".
Apesar de Pereira negar que tenha participado da morte de Cinthya, ele irá responder por latrocínio. "Temos o reconhecimento feito pela vítima e temos os depoimentos dos comparsas dele que entregaram o envolvimento dele neste caso." O delegado destaca a frieza do suspeito. "A mulher pegando fogo e ninguém se importando com aquele ser humano. Eles só se preocuparam com a fuga, em sair da cena do crime."
Outros suspeitos
Na madrugada deste sábado (27), foram detidos em uma favela de Diadema, cidade vizinha a São Bernardo, três suspeitos de matar a dentista.
Retrato falado de Thiago de Jesus Pereira. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)Retrato falado de Thiago de Jesus Pereira foi
divulgado pela polícia (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
Victor Miguel de Souza, de 24 anos, estava dormindo quando os policiais o encontraram. Outros dois envolvidos estavam em um quarto, na mesma favela. Um deles é adolescente, de 17 anos. O terceiro preso, que pintou o cabelo quando soube que estava sendo procurado, é Jonatas Cassiano Araújo, de 21 anos, que foi a uma loja de conveniência sacar os R$ 30 da conta da dentista. O adolescente foi levado para a Fundação Casa e os outros dois já foram para um Centro de Detenção Provisória.
A quadrilha já havia levado o terror a outros consultórios. O Fantástico mostrou como o grupo atuava. Segundo as investigações, a quadrilha fez pelos menos seis assaltos em consultórios odontológicos. “Eles praticavam o terror para a vítima dizer quanto tinha na conta. Deixavam todas desesperadas”, afirma o delegado Marcos Gomes de Moura.
A polícia considera a morte da dentista esclarecida, mas investiga a participação do grupo em outros seis crimes cometidos na capital e na Grande São Paulo. Segundo o delegado Waldomiro Bueno Filho, quadrilha já tinha colocado fogo no cabelo de outras duas dentistas durante assaltos.

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