Atualizado em
04/04/2013 00h45
Rodrigo também negou ser homossexual ou ter caso com Jimmy Robert.
Laudo atestou presença do DNA do acusado no corpo de Gabriela.
O acusado também negou ser homossexual ou ter caso com o publicitário Jimmy Robert (Foto: Girlene Medeiros/G1 AM)
Em depoimento à Justiça, nesta quarta-feira (03), Rodrigo Moraes Alves
negou ter estuprado Gabriela Belota durante assassinato de três
integrantes da família em janeiro deste ano. "Não houve estupro", disse o
réu. A afirmação contradiz laudo apresentado um mês após os
assassinatos, que atestou a presença de materiais biológicos idênticos
ao de Rodrigo no corpo da jovem. O acusado também negou ser homossexual
ou ter caso com o publicitário Jimmy Robert, acusado de planejar a morte
do pai, da tia e da prima.A primeira audiência de instrução e julgamento do crime ocorreu na sede do Fórum Henoch Reis, na Zona Centro-Sul de Manaus, nesta quarta. Interrogado pelo promotor do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), Fábio Monteiro, Rodrigo não soube explicar a presença do DNA dele no corpo da vítima e afirmou ter consumido um mistura de maconha, cocaína e uma substância líquida entorpecente antes de desferir golpes no pescoço de Gabriela. Conforme o depoimento, as drogas o fizeram dormir no sofá do apartamento, cena do crime, enquanto a jovem agonizava no quarto. Pressionado pelo promotor, Rodrigo disse que pode ter estuprado Gabriela e não se recordar devido aos efeitos dos entorpecentes.
Pressionado
pelo promotor, Rodrigo disse que pode ter estuprado Gabriela e não se
recordar devido aos efeitos de entorpecentes (Foto: Mônica Dias/G1 AM)
Divergindo de Jimmy, que também prestrou depoimento nesta quarta-feira,
Rodrigo negou ser homossexual e namorado do acusado de ser mandante dos
crimes. "Tenho filhas e namorada", disse. A declaração contradiz o que
já foi dito à polícia. Em depoimentos anteriores, Jimmy afirmou que
Rodrigo o teria ajudado no crime "por amor" e sem exigir quantia em
dinheiro. Nesta tarde, Rodrigo afirmou que esperava parte da herança
como pagamento dos assassinatos, mas que não havia acertado valor.
"Jimmy só sabia que era uma grana alta e dizia que essa grana iria mudar
a minha vida e do Bruno [outro acusado do caso]", ressaltou.
Rodrigo sorriu ao rever parentes (Foto: Mônica Dias/G1 AM)
Outras divergênciasRodrigo disse ainda nunca ter visto os familiares de Jimmy antes do crime, entrando em contradição com o depoimento do publicitário. O réu confesso também afirmou desconhecer Olga, companheira do avô de Jimmy acusada pelo publicitário de ter sido mandante do crime. "É mentira. Nunca ouvi falar em Olga", disse Rodrigo.
Crime em manaus (Foto: Editoria de Arte/G1)
Rodrigo afirmou que Jimmy foi quem planejou os assassinatos. "Ele
[Jimmy] planejou tudo e não queria que a gente desse palpite nenhum. Ele
me chamou e disse o que iria ser feito", afirmou. O réu declarou ainda
não responder nenhum processo judicial ou ter sido preso.Conforme o promotor do MPE-AM, Fábio Monteiro, as divergências entre os depoimentos são "pequenos detalhes" que não influenciam no julgamento.
Entenda o caso
Maria Gracilene, 55 anos, e a filha Gabriela Belota, 26, foram encontradas mortas pela empregada doméstica por volta das 8h, na manhã de 22 de janeiro. Conforme a polícia, ambas apresentavam sinais de estrangulamento quando foram achadas no apartamento da família, localizado no Condomínio Parque Solimões, Zona Sul de Manaus.
O cachorro da vítima, um yorkshire chamado Rick, também foi morto. O corpo da filha, que era estudante do curso de Odontologia, da Universidade do estado do Amazonas (UEA), estava em cima de uma cama, enrolado em um lençol e o da mãe, que era coordenadora-geral de Comércio Exterior da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no corredor da residência.
Segundo a polícia, Jimmy usou o cachorro de Gabriela como disfarce para o crime. Ele disse para a prima que iria passear com Rick no condomínio e deu a chave do apartamento para o namorado, que entrou no local com o outro suspeito e matou a jovem. A mãe de Gabriela foi morta horas depois, ao chegar em casa.
O pai de Jimmy, Roberval Roberto de Brito, de 63 anos, foi encontrado morto também na terça-feira, na casa em que vivia, na Rua Rêgo de Barros, no bairro São Raimundo. A Polícia Militar disse que ele foi encontrado jogado em cima da cama e com as mãos amarradas, também com sinais de estrangulamento.
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