Atualizado em
08/05/2013 12h56
Delegado Antônio Carlos Lessa disse que recebeu proposta de propina.
Quatro seguranças são julgados por morte de PC Farias e namorada.
Delegado Carlos Lessa depõe no julgamento
do Caso PC Farias (Foto: Jonathan Lins/G1)
Dois delegados que atuaram nas investigações da morte de Paulo César
Farias e Suzana Marcolino negaram nesta quarta-feira (8), ao júri
popular que julga quatro policiais pela morte do casal em Maceió, as
acusações do irmão do empresário, Augusto Farias, de que teriam feito
uma proposta para livrá-lo do processo. Um deles disse, no entanto, ter
recebido uma proposta de suborno de um jornalista com o mesmo intuito,
que foi gravada.do Caso PC Farias (Foto: Jonathan Lins/G1)
O seguranças de PC Farias são julgados no Fórum de Maceió pela morte do empresário e de Suzana Marcolino desde segunda-feira (6).
“Fomos tratados com hostilidade pelo deputado Augusto Farias”, afirmou. “Não tínhamos nenhuma linha de investigação formada ainda.”
Ainda segundo Lessa, a propina foi oferecida pelo jornalista Roberto Bahia, então na Tribuna de Alagoas, em Arapiraca. “Ele se achou no direito, pela amizade que nós tínhamos, de ser o portador dessa proposta dos Farias.”
Ainda de acordo com o delegado, ouvido como declarante, o jornalista chegou a oferecer R$ 100 mil, mas a conversa foi gravada por uma reportagem da TV Globo e culminou em um processo. “Na época nós indiciamos o deputado Augusto Farias, os seguranças e mais três caseiros", disse.
Em seguida, o advogado José Fragoso, que defende os quatro réus, perguntou se a testemunha tem conhecimento de que o jornalista foi absolvido, a pedido do Ministério Público. “Então não sei como não fui condenado”, respondeu o delegado.
Anna Luiza Marcolino fala na condição de
declarante no Fórum de Maceió
(Foto: Jonathan Lins/G1)
Depoimentos do 3º diadeclarante no Fórum de Maceió
(Foto: Jonathan Lins/G1)
A irmã de Suzana Marcolino, Anna Luiza Marcolino, afirmou nesta quarta-feira (8) que nunca viu a arma que teria sido usada para matar Paulo César Farias, PC Farias, e a namorada, em uma casa de praia de Guaxuma, em Alagoas. "Ela jamais se mataria", disse. "
Por fim, ela pediu que a defesa tome cuidado com as palavras usadas para se referir a Suzana, porque "nenhuma mulher aceita ser chamada de prostituta, ainda mais quando não é". “Ela não pode ser condenada porque era uma jovem que gostava de viver e acreditava nas pessoas”, afirmou.
Eônia Pereira fala sobre patrimônio de Augusto
Farias em depoimento. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Antes, falou Eônia Pereira, ex-cunhada de PC Farias,
primeira testemunha convocada pelo juiz Maurício Breda. Ela foi chamada
para falar como declarante, porque foi citada em outros depoimentos.
Por isso, não prestou juramento e não está obrigada a falar a verdade.Farias em depoimento. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Ela afirmou que não se dá bem com Augusto Farias e que PC Farias “bancava caprichos” dos irmãos. Segundo Eônia, o patrimônio de Augusto aumentou "substancialmente" após o crime, assim como o então secretário de Paulo César Farias, Flávio Almeida, também mudou significativamente de padrão de vida e que isso chamou atenção, porque ele era um simples funcionário.
No 3º dia de júri, também foi ouvida a última testemunha de defesa, a prima de Suzana Marcolino. Zélia Maciel de Souza afirmou que foi comprar a arma do crime com a namorada de PC Farias e que Suzana falava que iria se casar com o empresário.
“Suzana chegou pra mim e disse que ia casar e que eu ia ter uma surpresa porque era com um homem muito rico”, disse a testemunha. “Suzana sempre sonhou alto. Acho até que ela pagou um preço muito alto pelo sonhos.”
Depoimento dos peritos
O júri entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (8) com o depoimento da última testemunha de defesa e a expectativa de que ocorram os interrogatórios dos quatro seguranças.
Entre os peritos arrolados pelas partes para esclarecer pontos das perícias do caso está Badan Palhares, um dos responsáveis pelo parecer que concluiu que Suzana atirou em PC Farias e depois cometeu suicídio. O resultado do laudo foi contestado, e uma nova perícia apontou diversas falhas, concluindo que houve um duplo assassinato.
Os peritos Badan Palhares e Nivaldo Cantuária
aguardam no plenário nesta quarta-feira
(Foto: Carolina Sanches/ G1)
Encerrada a fase de testemunhas, começa o interrogatório dos réus, que
têm o direito de permanecer em silêncio. Nesse caso, o silêncio não
significa confissão. Também não é permitido que o réu fique algemado,
exceto se comprovada a necessidade. Entenda como funciona o júri popularaguardam no plenário nesta quarta-feira
(Foto: Carolina Sanches/ G1)
Os quatro seguranças que trabalhavam na casa de PC Farias enfrentam o banco dos réus pelo duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e impunidade) por terem se omitido em impedir os assassinatos.
Por fim, os jurados se reúnem na sala secreta, o que deve ocorrer apenas na sexta-feira (10), para proferir o veredicto do caso. Com base nele, culpado ou inocente, o juiz vai redigir a sentença e dosar a pena, se houver condenação, ou o alvará de soltura, se determinada a absolvição.
No 2º dia de júri, 13 testemunhas prestaram depoimento no Fórum de Maceió, entre elas, o irmão do empresário, Augusto César Cavalcante Farias, que disse acreditar na hipótese de crime passional no caso. Ele também afirmou que nunca imaginou que seria apontado como mandante dos assassinatos. Já a suposta amante de PC Farias, Cláudia Dantas, confirmou que eles se encontravam. Ao final, a filha de PC Farias, Ingrid, disse ter ouvido do pai que ele queria romper o namoro com Suzana Marcolino.
Sobre as acusações de que ele teria mandado matar o irmão, Augusto disse que foi apontado porque foi o primeiro a chegar à cena do crime. Ainda segundo Augusto, PC disse que deixaria Suzana Marcolino para tentar um relacionamento com Cláudia Dantas.
Claudia Dantas, suposta amante de PC, diz ao júri
que eles se encontravam (Foto: Jonathan Lins/G1)
'Encontros'que eles se encontravam (Foto: Jonathan Lins/G1)
Ouvida na sequência, Cláudia, apontada como a pivô do namoro entre PC e Suzana, afirmou aos jurados que teve três encontros com o empresário e que, na noite do crime, ele disse a ela que terminaria com Suzana Marcolino. A testemunha disse ainda que havia recebido um ramalhete de flores de PC Farias.
Milane, ex-namorada de o irmão de PC Farias,
depõe no 2º dia do júri (Foto: Jonathan Lins/G1)
A primeira a depor foi Milane Valente de Melo, que era namorada do
irmão de PC Farias, Augusto, à época do crime. Ela afirmou que teve
contato com o empresário apenas algumas vezes e que não próxima de
Suzana Marcolino. Segundo ela, Augusto achava que Suzana estava
interessada no dinheiro do irmão e foi apresentada a ele na cadeia.depõe no 2º dia do júri (Foto: Jonathan Lins/G1)
“Não tinha nenhum clima desconfortável”, afirmou a testemunha sobre PC e Suzana. Ainda segundo ela, Augusto “sempre acreditou na teoria de homicídio seguido de suicídio”. “Ele sempre achou que Suzana matou PC e depois se matou”, disse. Milane afirmou que chegou a ser ameaçada após os assassinatos.
Ingrid Farias, filha de PC Farias, foi a última a
depor no segundo dia de julgamento do caso
PC Farias. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Armadepor no segundo dia de julgamento do caso
PC Farias. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Também foram ouvidos Monica Aparecida Rodrigues Calheiros e o marido, José Jefferson Calheiros de Medeiros. Ela vendeu uma arma para Suzana Marcolino. Segundo ela, na época, “em qualquer esquina se achava venda de arma” e ela vendeu a arma por R$ 250 para que a ex-namorada de PC praticasse tiro. Segundo o juiz, lendo os autos, a arma foi vendida por R$ 350 e paga com um cheque. “Ela foi lá pra comprar a arma e pediu para testar”, afirmou a testemunha.
Última a prestar depoimento, Ingrid Farias, filha de PC Farias, disse que tinha 14 anos quando perdeu a mãe e 16 anos quando perdeu o pai. Morando na Suíça à época, ela diz que conheceu Suzana Marcolino e que, pouco antes do crime, ouviu do pai que ele “queria acabar porque não estava muito feliz”.
Na segunda (6), cinco homens e duas mulheres foram os escolhidos para compor o Conselho de Sentença do júri popular.
Duas testemunhas prestaram depoimento. Leonino Tenório de Carvalho, que hoje é jardineiro na casa da praia, afirmou que não permaneceu no local na noite do crime e que somente viu os corpos pela manhã.
Policiais militares acusados no caso PC Farias
demonstram cansaço ao final do primeiro dia
de júri (Foto: Jonathan Lins/G1)
A testemunha disse que ele, o garçom e os seguranças arrombaram a
janela do quarto onde o casal estava e que chegaram a mexer no corpo de
PC, mas não no de Suzana. Ele afirmou ainda que, dias depois do crime, o
colchão foi queimado porque já estava exalando odor.demonstram cansaço ao final do primeiro dia
de júri (Foto: Jonathan Lins/G1)
Em seguida, o garçom Genival da Silva França falou por três horas. Ele afirmou não ter ouvido os disparos, mesmo tendo dormido na casa do caseiro. Ele serviu o jantar a PC Farias, o irmão Augusto Farias com a namorada 'Milene', e Suzana Marcolino. O funcionário disse também que presenciou mais de uma briga entre PC e Suzana.
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