Atualizado em
31/05/2013 21h31
Suspeita afirmou que receberia dinheiro para sequestrar bebê em Cuiabá.
Polícia Civil procura mais um suspeito que teria arquitetado sequestro.
A suspeita foi presa em flagrante e será encaminhada para o presídio feminino Ana Maria do Couto May, na capital. Na Justiça, ela deverá responder pelos crimes de sequestro, cárcere privado, falsificação de documentos e pela intenção de obter lucro com o envio da criança para o exterior. A soma dos crimes passa de 11 anos de reclusão. Ao G1, a suspeita alegou apenas estar 'arrependida'.
O suspeito, segundo o delegado, teria orientado Jucione a simular que precisava de um bebê para apresentá-lo a um suposto namorado que não mais residia no Brasil apenas para continuar a ser beneficiada com o pagamento de uma pensão de R$ 30 mil. À polícia, Jucione declarou que teve 15 tentativas de sequestro frustradas, até chegar à adolescente de 15 anos que acabou tendo o bebê levado por ela.
Para a polícia, a suspeita também teria sido agenciada para levar o bebê sequestrado a outro estado do país, antes de a vítima seguir para o exterior. Para não levantar nenhuma suspeita durante o deslocamento, em abril deste ano, a suspeita furtou um documento emitido por uma maternidade da capital para falsificar uma certidão de nascimento.
Certidão de Nascimento falsa do bebê apreendida pela polícia (Foto: Dhiego Maia/G1)
O documento foi furtado, segundo a polícia, da casa de uma ex-vizinha
de Jucione, que também estava grávida de uma menina. “Eu a conhecia há
seis meses. Ela ficava na minha casa e até lavava as roupas da minha
filha. Eu suspeitava uma intenção dela em querer ficar com a minha
filha. Eu tive a certeza quando ela pegou o documento da minha menina”,
declarou a dona de casa, Ariadne Priscila dos Santos.Foi Ariadne quem denunciou Jucione à polícia após ver a foto dela circulando na imprensa nesta sexta-feira como a principal suspeita de ter sequestrado o bebê. Detida por uma equipe do 24º Batalhão da PM no bairro Pedra 90, a suspeita negou ter sequestrado a criança, mas acabou sendo desmentida por uma tia do bebê que reconheceu o sobrinho ainda na viatura da polícia.
Na residência, uma equipe de investigadores da Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil localizou a certidão de documento falsa, roupas infantis, fraldas e o documento furtado da dona de casa. De acordo com o delegado Ivair Polesso, a suspeita apresentou a criança à família do marido dela como uma menina, para respaldar a certidão de nascimento falsa. “Ela disse que ganhou R$ 200 do suspeito que está sendo procurado para comprar roupas de menina para o bebê”, afirmou o delegado.
Ao G1, o marido da suspeita, Lenildo Silva, de 21 anos, disse apenas que ela apresentou o menino à família dele como uma 'filha'. Ele destacou ainda que a mulher não levantou nenhuma suspeita antes de concretizar o crime. “Ela chegou até mim como uma pessoa que queria construir uma família. Ela era simples, normal e humilde”, declarou.
Lenildo afirmou em entrevista ao G1, que a mulher queria viajar para a Bahia, onde estão três outros filhos dela que vivem com a avó. Ele chegou a fazer um empréstimo de R$ 2,5 mil e iria comprar uma passagem de ônibus para ela. A polícia diz que vai investigar se o bebê deixaria a Bahia rumo ao exterior.
Desespero
A adolescente alegou que no ponto de ônibus a mulher se aproximou dela e começou a conversar. Conforme o boletim de ocorrência registrado pela PM, a garota disse que Jucione atendeu a uma ligação e, na conversa com essa pessoa, falou que tinha encontrado a criança e que não se importava com o fato de ser menino, pois podia vestí-lo com roupas de menina.
Jucione teria pegado a criança dos braços da adolescente e a obrigado a comprar um guarda-chuva, dando-lhe a quantia de R$ 100 para a compra. Ao voltar, a adolescente disse que não encontrou mais a mulher e o filho. À Polícia Civil, a garota contou que a mulher havia lhe oferecido R$ 5 mil para que emprestasse a criança à ela. Porém, segundo a polícia, a suposta negociação não teria sido concluída.
De acordo com o delegado adjunto da Divisão Anti-Sequestro, Gianmarco Paccola Capoani, a mãe do bebê deverá responder um Ato Infracional pelo descuido em relação ao filho. Ela será monitorada pelo Conselho Tutelar de Várzea Grande, na região metropolitana, e ainda vai receber acompanhamento psicológico. O órgão também ficou responsável por dar abrigo a uma filha de Jucione, uma menina de sete anos, até a localização de familiares.
Imagem do circuito interno de ônibus identificou suspeita (Foto: Reprodução/TVCA)
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