sábado, 11 de maio de 2013

'Parece um sonho', diz mãe de gêmeos aos 61 anos


  Atualizado em 11/05/2013 07h10

Antônia Asti passa, pela primeira vez, o dia das mães como mamãe.
Ela engravidou aos 60 anos após três tentativas de inseminação.

Anna Gabriela Ribeiro Do G1 Santos
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Roberto e Sofia completarão sete meses neste mês (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)Roberto e Sofia completarão sete meses neste mês (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
Ela esperou 20 anos para realizar o sonho da maioria das mulheres: o de ser mãe. Em meio à diversas críticas e polêmicas, Antônia Letíca Asti não se arrependeu de ter engravidado com mais de 60 anos de idade. Em outubro do ano passado, ela deu à luz um casal de gêmeos. Para ela, os bebês Sofia e Roberto, agora com seis meses de vida, são o maior presente que já recebeu. Neste Dia das Mães, Antônia tem vários motivos para comemorar.
A rotina na casa da família Asti é corrida como a de qualquer residência com crianças. Para isso, Antônia toma vitaminas para ter mais energia, mas garante que não se sente mais uma mãe de primeira viagem. “Era tudo que eu queria, trocar fralda, dar banho. Não me sinto mais mãe de primeira viagem. Minha alegria é muito grande. Isso vale mais que ouro. Filho é tudo na vida. É difícil acreditar com a minha idade. Isso é um sonho”, afirma Antônia.
Aos 61 anos, Antônia comemora primeiro Dia das Mães (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)Aos 61 anos, Antônia comemora primeiro
Dia das Mães (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
Quando o pai das crianças sai para trabalhar, a mãe cuida sozinha dos dois bebês. Ela brinca que chama atenção quando sai para passear com os filhos. Muitos reconhecem a família, que ficou conhecida até na imprensa internacional. As pessoas chegam a parar para desejar felicidades e dar parabéns pela coragem de encarar a sociedade e engravidar com idade mais avançada. “Continuo com a mesma disposição. É muito gostoso. Eu não me sinto cansada. Ser mãe é tudo de bom”, conta.
Neste Dia das Mães, Antônia tem um motivo duplo para comemorar. Roberto e Sofia nasceram prematuros e ficaram internados por mais de dois meses antes de receberem alta do hospital. Hoje, eles estão cheios de saúde. O menino pesa 5,680 kg e a menina 5,5 kg. “Agora eu vou ser mãe de verdade. No dia das mães minhas sobrinhas sempre me ligavam para desejar felicidades. Eu ficava um pouco sentida. Ano que vem eles já vão me desejar feliz dia das mães. Eu ainda imaginava que ouviria isso. Minha intuição falava que eu ainda ia ser mãe”, diz Antônia.
Antônia passeia na orla com os gêmeos (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)Antônia passeia na orla com os gêmeos
(Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
Antônia comenta que passa 24 horas por dia ligada nas crianças. Ela já reconhece cada choro e cada risada. Apesar da correria, ela se diz muito realizada. “Parece um sonho, mas é um sonho real. Estou muito feliz. Sonhei muito com isso. Dia das mães é um dia inesquecível para mim. Agora sou mãe de verdade. Tenho dois bebezinhos, uma felicidade que não tem preço. Lembro de quanto esperei por essa data”, afirma.
Opinião
Nesta semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou as regras sobre reprodução assistida. A partir de então de agora, mulheres com mais de 50 anos de idade não podem mais fazer inseminação artificial. O medico Orlando de Castro Neto, responsável pelo procedimento de inseminação artificial de Antônia, acredita que o caso dela tenha sido o último com idade mais avançada.
Para Antônia Letícia, a nova recomendação é discriminatória. “Fico hiper contente de ter conseguido (engravidar) antes dessa nova regra, mas deveriam estudar caso a caso. Passei por avaliação cardiológica, vascular, não tenho problema nenhum. É uma discriminação total. Quer dizer que uma pessoa com 60 anos não pode fazer nada na vida? Tem gente com 40 anos com mais problemas. Fiquei muito triste. Está tirando a chance de outras mães realizarem esse sonho”, comenta.
Antônia divide os abraços entre Roberto e Sofia constantemente (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)Antônia divide os abraços entre Roberto e Sofia constantemente (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)

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