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A poucas horas da abertura da Copa das Confederações neste sábado (15),
na partida entre Brasil e Japão, dois manifestantes foram atropelados
por motos da Polícia Militar em frente ao Estádio Nacional de Brasília.
Os acidentes ocorreram quando a corporação tentava reprimir os
protestos. (veja vídeo ao lado).
Pelo menos um dos atropelados (o primeiro do vídeo acima, aos 27
segundos) não sofreu ferimentos graves. Não há informações sobre o
estado de saúde da segunda vítima (atropelamento registrado em 1 minuto e
9 segundos do vídeo).
Responsável pela área de comunicação do órgão, o tenente-coronel
Zilfrank Antero disse não ter informações a respeito dos atropelamentos,
mas afirmou que a ação da polícia para reprimir o protesto ocorreu sem
erros. “Nossa linha foi sempre de que poderiam se manifestar de maneira
ordeira e pacífica, desde que não interferissem nem interrompessem a
diversão dos torcedores”, disse.
Manifestantes detidos em protesto chegam à 5ª delegacia de polícia, em Brasília (Foto: Rafaela Céo/G1)
“Em determinado momento, eles partiram para cima da tropa e tentaram
invadir os portões. Nesse momento, tudo foi abaixo e a Polícia Militar
foi obrigada a usar a força para coibir essas manifestações. Usamos a
força necessária”, completou o PM.
O tenente-coronel também disse que, havendo denúncias, atitudes isoladas
de policiais serão apuradas e que o procedimento é comum na corporação.
Manifestante ferida foi à 5ª delegacia de polícia registrar
ocorrência (Foto: Rafaela Céo/G1)
De acordo com a Secretaria de Segurança, 19 manifestantes foram presos
na tarde deste sábado e dez adolescentes apreendidos por envolvimento no
protesto. De acordo com a Polícia Militar, os fatores que motivaram a
maioria das prisões foram desacato, lesão corporal, resistência e
desobediência.
Segundo a Secretaria de Saúde, 58 pessoas, incluindo manifestantes e
quatro policiais militares que ficaram feridos sem gravidade, receberam
atendimento médico no local. Desses, cinco foram para o Hospital de Base
e outras quatro para o Hospital Regional da Asa Norte.
O coronel Jair Lobo, da Polícia Militar, disse que não houve erro por
parte da polícia durante a ação contra os manifestantes. “Como não teve
torcedor ferido, [a ação mostra que] não teve risco”, afirmou.
O conflito entre policiais e manifestantes, iniciado no final da manhã,
recomeçou por volta das 14h20, depois que o contingente de manifestantes
foi cercado por homens da Cavalaria da Polícia Miltar e por policiais a
pé. Com o cerco, os manifestantes, que tentaram se aproximar do Estádio
Nacional, tinham ficado isolados dos demais torcedores.
Durante o confronto, os policiais usaram spray de pimenta e voltaram a
disparar tiros de bala de borracha e a usar bombas de gás contra os
manifestantes, a exemplo que já tinha ocorrido no final da manhã. Houve
correria. Participantes do ato de protesto foram imobilizados no chão do
estacionamento do estádio e em seguida presos.
Vários torcedores passaram mal por causa do gás lacrimogênio e chegaram a
vomitar no gramado próximo ao estacionamento do estádio. Torcedores com
mochilas eram abordados e revistados pelos policiais militares.
Os protestos tiveram início no começo da manhã, na Rodoviária do Plano
Piloto. Os manifestantes seguiram em marcha pelo Eixo Monumental, mas
foram contidos pelos policiais depois de um início de confronto.
Um grupo de manifestantes, que havia sido isolado por policiais
conseguiu romper o cerco e correr em direção às entradas do estádio. Os
policiais atiraram balas de borracha e bombas de gás. Muitos torcedores
que não participavam da manifestação corriam com ingressos na mão para
entrar na arena.
Manifestante é detido por policiais nas imediações do Estádio Nacional (Foto: Vianey Bentes / TV Globo)
Repercussão
Antes do início da partida, o ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, comentou sobre a confusão que ocorreu no
entorno do Mané Garrincha. Ao chegar à arena brasiliense, o auxiliar da
presidente Dilma Rousseff disse que não poderia avaliar se houve
"truculência" por parte dos policiais por não ter acompanhado o tumulto.
Carvalho, no entanto, ressaltou que se os manifestantes tivessem "se
contido" e mantido um "ato pacífico", os policiais não teriam usado de
violência para conter o protesto.
"Tudo o que se puder ser resolvido no diálogo, será resolvido no
diálogo. Essa foi a ordem da presidente", enfatizou o titular da
Secretaria-Geral.
G1
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