Dilma Rousseff é vaiada ao discursar na cerimônia de abertura da Copa das Confederações (Foto: Evaristo Sá/AFP)
A presidente Dilma Rousseff se recusou a pisar no gramado do Mané
Garrincha durante a cerimônia de abertura da Copa das Confederações,
anteontem, em Brasília, e foi obrigada a abreviar o seu discurso por
causa das vaias vindas das arquibancadas.
Antes de ser hostilizada pelo público, que lotou o estádio para assistir
a Brasil x Japão, Dilma fez os organizadores da cerimônia alterarem o
roteiro da festa.
Inicialmente, a presidente faria o discurso do campo, depois da fala do
presidente da Fifa, Joseph Blatter. Logo em seguida, ela e o cartola
suíço cumprimentariam os jogadores das duas seleções.
Já temendo manifestações contrárias, assessores da presidente informaram
aos dirigentes da Fifa que Dilma faria o seu discurso da tribuna de
honra do estádio.
Apesar da mudança, a estratégia não deu certo. Dilma foi vaiada pelos de
torcedores, três vezes, e abreviou sua fala. Ela tinha uma discurso
curto preparado, mas decidiu abandoná-lo. A presidente só declarou que a
Copa das Confederações estava aberta.
Dilma e Blatter, que estava ao seu lado e também foi vaiado, ficaram constrangidos.
Durante as vaias contra a presidente, Blatter chegou a explicitar seu incômodo: "Onde está o respeito, onde está o fair play?".
As vaias encerraram uma das mais tensas semanas da presidente no cargo.
José Maria Marin, que preside a CBF e o COL, não teve o seu nome
anunciado pelo sistema de som. Ele estava ao lado de Dilma. Marin tem
dificuldade de relacionamento com a presidente.
TERMÔMETRO
O Planalto relativiza a importância do protesto contra a presidente. De
acordo com assessores, vaias num estádio de futebol não podem ser vistas
como um "termômetro" de popularidade da presidente Dilma nem de medição
de insatisfação da sociedade contra ela.
Na avaliação do governo, torcedor vai ao estádio para assistir a jogo de
futebol e naturalmente tem tendência a vaiar políticos que podem acabar
fazendo um discurso, atrasando a partida.
Além disso, destacam que boa parte dos torcedores foi obrigada a
enfrentar longas filas para entrar no estádio e chegou ao local com
várias horas de antecedência, o que gera cansaço e uma irritação
natural.
A equipe da presidente lembra que ela tem participado de eventos pelo
Brasil, como no Rio na última sexta-feira, sendo bem recebida.
Assessores admitem que alguns setores da população estão insatisfeitos
com o governo, mas que isso está restrito a uma faixa minoritária e que a
presidente tem uma popularidade melhor que seus antecessores no mesmo
período de mandato.
Fonte: Folha.com
Fonte: Folha.com
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