sexta-feira, 19 de julho de 2013

BBom vende mais rastreadores do que consegue entregar, diz procuradora









Luxo: Mercedes, um dos prêmios aos maiores revendedores da BBom; empresa é insustentável, entende MPF. (Foto: Divulgação)
A BBom  tem vendido mais rastreadores do que pode entregar – um indício de que a empresa é uma pirâmide financeira, entende a procuradora da República em Goiás, Mariane Guimarães.

"Encontramos muita gente reclamando que não recebeu os rastreadores", afirma a procuradora. "No Reclame Aqui [site de queixas de consumidores] há 1.200 reclamações." 

A empresa nega irregularidades

A BBom foi criada em fevereiro passado para ser o braço de marketing multinível da Embrasystem, que atua no mercado de monitoramento de veículos. Desde então, atraiu cerca de 300 mil revendedores, chamados de associados, que pagam taxas de R$ 600 a R$ 3 mil.

A promessa é de lucros expressivos. Em maio, um casal de associados foi premiado com um Lamborghini.

A remuneração é feita de acordo com as vendas de assinaturas do serviço de monitoramento, e o rastreador é cedido em regime de comodato. Além disso, há bônus para quem traz mais revendedores para a rede. Em entrevista, o dono da Embrasystem, João Francisco de Paulo, afirmou que a empresa habilitava de 5 mil a 10 mil aparelhos por dia. 

Para o Ministério Público Federal em Goiás e o Ministério Público do Estado (MP-GO), entretanto, a BBom tem se sustentado com as taxas de adesão paga pelos associados, e não com a receita dos rastreadores.

Com esse argumento, os procuradores e promotores conseguiram que a 4ª Vara Federal de Goiânia bloqueasse as contas da empresa em 10 de julho, num total de R$ 300 milhões , e a entrada de novos associados no dia 16. A cobrança de mensalidades também foi suspensa.

´A maioria não tem interesse no rastreador´

"Muita gente compra o pacote de olho no lucro fácil. A maioria não tem interesse no rastreador", diz Mariane, do MPF-GO. "O produto mesmo nem era repassado [ ao consumidor final ]."

A procuradora da República argumenta ainda que o serviço de rastreamento da BBom não é competitivo, por ter mensalidades muito superiores às praticadas no mercado. "As seguradoras de veículos já oferecem esse serviço gratuitamente", diz ela.

Mariane disse também ter dúvidas sobre a capacidade de os fornecedores da BBom atenderem à demanda de rastreadores feita pela empresa.

"[ Representantes da BBom ] disseram-nos que o fornecedor fabrica 50 mil rastreadores por dia, mas ela faz 50 mil por mês. Oficiamos a fornecedora e acreditamos que ela não tem capacidade."

Procurada pela reportagem , a BBom informou que tem já vendeu 1,25 milhão de rastreadores, dos quais 30 mil foram entregues, 70 mil estão em estoque e 145 mil estão "em trânsito".

"O restante será entregue seguindo a previsão de entrega dos fornecedores. Todos esses dados estão seguindo uma programação de entrega de acordo com a data de solicitação do rastreador pelo associado", informou em nota.

Febre das Pirâmides

A BBom é a segunda empresa a ter as atividades bloqueadas pela Justiça neste ano por suspeita de ser uma pirâmide financeira. A primeira foi a Telexfree, que se apresenta como fornecedora de pacotes de telefonia por internet (VoIP) vendidos também via marketing multinível. 

Uma força-tarefa composta de promotores e procuradores da República investiga outras 16 empresas com atuação semelhante em todo o País. Entre elas estão Multiclick, Cidiz, Nnex, Priples . Segundo José Augusto Peres, do MInistério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN) uma listagem de 33 negócios serão avaliados.

A Nnex não retornou os contatos feitos pela reportagem. Os responsáveis pela Priples e pela Multiclick não foram localizados. A Cidiz nega irregularidades.

Fonte: Economia - iG

 

 

 

Fortaleza-CE: Irmãos confessam a morte do padre

 

Fernando Barbosa
Os irmãos Ednardo Alves dos Santos, 22, o Tinardo´; e Réris Silva dos Santos, 20, assassinaram o padre na noite de sábado, na Praia de Iracema. (Foto: Divulgação/DHPP)
A prisão dos dois acusados de envolvimento no latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou o padre Elvis Marcelino de Lima, 47, na noite de sábado passado (13), foi explicada com detalhes, ontem, na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os irmãos Ednardo Alves dos Santos, 22, mais conhecido por ´Tinardo´; e Réris Silva dos Santos, 20, diante das provas existentes contra eles, confessaram o assassinato.

O delegado geral de Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, esteve reunido com a equipe que foi ao local do crime, na DHPP. Lá, foram traçadas as estratégias de investigação. As informações preliminares davam conta que o latrocínio havia sido cometido por dois jovens, sendo que foi fornecido o apelido de um deles, no caso ´Tinardo´.

Aquiraz

Naquele mesmo dia foi descartada a possibilidade de uma terceira pessoa ter participado do crime, de acordo com as declarações da delegada Monique Teixeira, presidente do inquérito.

Os inspetores da DHPP descobriam que os criminosos eram vistos todos os fins de semana naquela área.

Depois, os policiais chegaram ao imóvel onde a dupla se escondia. "Era uma espécie de ponto apoio", destacou Luiz Carlos Dantas. Monique Teixeira ressaltou que as informações das testemunhas foram muito importantes e "batiam" com as imagens recebidas pela Polícia Civil.

Ainda na madrugada de domingo, os inspetores da DHPP que estavam de plantão foram aos locais onde os acusados poderiam estar e rapidamente localizaram a dupla, que mora no distrito de Camará, em Aquiraz.

Confissão

´Tinardo´ foi preso na localidade de Pedras, em Messejana, perto do Posto Fiscal da Secretaria da Fazenda (Sefaz), na BR-116. Réris dos Santos recebeu voz de prisão quando estava a caminho da DHPP, onde tinha marcado encontro com seu advogado.

Antes de ser ouvido, o acusado foi informado sobre o que a Polícia tinha de concreto com relação ao crime. Réris confessou, mas salientou novamente que não quis atingir a vítima. Disse ainda que, depois de tomar o segundo carro de assalto, jogou a arma fora, na Avenida Dom Manuel, proximidades do Banco Central, onde o carro do padre foi abandonado. Os dois foram "comemorar" os assaltos em uma casa de forró localizada em Eusébio, mas não ficaram lá por muito tempo. Segundo eles, após o anúncio do assalto, o padre entregou 250 reais.

Ainda de acordo com o depoimento dos acusados, no domingo, eles tentaram localizar a arma mas não a encontraram.

Descartada

As informações das testemunhas e a análise das imagens mostram que o padre Elvis Marcelino não reagiu. "Ele somente relutou em entrar no carro, contrariando o que os criminosos queriam", revelou o delegado Jairo Pequeno, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), descartando a possibilidade de a vítima ter reagido.

A delegada Monique Teixeira acrescentou que os dois bandidos estavam no local do crime há várias horas, "filmando" as pessoas que chegavam e saíam do local, nas proximidades do Centro Dragão do Mar.

Fonte: Diário do Nordeste

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