09/07/2013
André Costa
Pneus e galhos de árvores foram queimados para interromper o fluxo de veículos (Foto: Reprodução/Facebook)
De acordo com um dos organizadores do manifesto e tio do jovem Matheus Pereira, morto na última sexta, “a população está cansada de cobrar das autoridades melhor sinalização da rodovia e instalação de lombadas eletrônicas e quebra-molas”, para Francimar Paulo Ferreira, tais medidas de segurança reduziram o número de acidentes e evitaria que mais famílias chorassem a perda entes queridos.
“Tantos e tantos imposto são pagos por nós e os políticos não dão nenhum retorno para a população, deixando-as entregues a sorte, sem segurança, sem saber se os nossos filhos vão voltar para casa. É muito triste ver crianças tão novas perderem a vida de forma tão trágica”, relata Francimar com os olhos marejados de lágrimas.
Durante o protesto, centenas de pessoas compartilharam a dor das famílias e ecoaram o pedido de Francimar. “Não estamos exigindo nada que não seja o nosso direito. Queremos fiscalização, sinalização e punição para os motoristas irresponsáveis que correm a 120 [km/h] quando o permitido é 80. Vários sonhos poderiam ser salvos se os governantes olhassem para nós, mas agora eles foram perdidos e pra família, só resta à saudade e dor”, diz o tio da vítima.
Em entrevista concedida ao radialista Alex Santana, o secretário-executivo do DETRAN-CE Júlio Cavalcanti, se comprometeu em “enviar um engenheiro para região, para que seja realizado um estudo e posteriormente a esta análise, implantar os redutores de velocidade”. Após o compromisso firmado, os manifestantes aceitaram desobstruir a CE. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para apagar as chamas.
Duas mortes em seis dias
No último dia 29, Matheus Oliveira Silva, de sete anos, morreu atropelado ao tentar ultrapassar a CE. Ele desceu de uma topique que fazia a linha Iguatu-Icó e foi colhido por um Corolla de placas NQW – 9000 guiado por Anderson Ferreira.
Seis dias depois, outra criança, coincidentemente, também chamado Matheus, de nove anos, perdeu a vida em circunstâncias semelhantes. O garoto tentava atravessar a rodovia em sua bicicleta, quando foi atropelado por um carro. O menino foi arremessado cerca de 40 metros, ele também morreu na hora.
Em ambos os casos, os condutores dos veículos alegaram “fatalidade” e permaneceram no local pra prestarem os primeiros socorros e conceder depoimento à polícia.
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