08/07/2013
Carcaça
do Boeing 777, da Asiana Airlines, que sofreu um acidente quando
aterrisava no aerporto internacional de San Francisco, nos EUA, no
sábado (6). (Foto: Marcio Jose Sanchez/Associatede Press)
De acordo com Lee Hyomin, porta-voz da empresa aérea, esta não era a primeira vez que ele voava para San Francisco. O piloto, Lee Kang-Gook, já voou de Seul para a cidade várias vezes entre 1999 e 2004 em outros modelos de aeronaves, segundo a agência de notícias Associated Press.
Lee Hyomin também afirmou piloto Lee Kang-Gook tinha cerca de 10 mil horas de voo de outros planos, mas teve apenas 43 horas no Boeing 777.
Investigadores de acidentes estão tentando determinar agora se o acidente foi provocado por erro do piloto, problemas mecânicos ou qualquer outra coisa.
O chefe do National Transportation Safety Board, órgão responsável pela segurança nos transportes, disse anteriormente que os pilotos estavam voando muito lentamente, enquanto se aproximavam do aeroporto e tentaram abortar o pouso.
Velocidade baixa
A velocidade do avião estava abaixo do ritmo normal no momento do pouso, que é de 137 nós, de acordo com a Reuters. Um alarme de "stall" foi ativado 4 segundos antes do impacto.
A presidente do NTSB afirmou ainda que os controladores aéreos não perceberam nenhum problema no voo até que a cauda do avião bateu na área de aproximação de uma passarela, próxima da pista de pouso.
As caixas-pretas do Boeing 777, com gravações da cabine do piloto e das informações do voo, foram recuperadas e enviadas a Washington para serem analisadas por técnicos. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) também investiga o acidente.
A Asiana Airlines, empresa que operava o voo, disse neste domingo que especialistas coreanos em acidentes estavam a caminho de San Francisco para ajudar na apuração. A companhia praticamente descartou a possibilidade de ter ocorrido uma falha mecânica.
A Asiana disse não poder apontar se a culpa foi dos pilotos, afirma a Reuters. Ainda neste domingo (7), a presidente do NTSB disse que não há indicação de que houve atentado terrorista ou ato criminoso que justificasse o acidente. Ela, no entanto, pediu cautela. "Tudo ainda está sobre a mesa", disse.
Os pilotos devem ser ouvidos nos próximos dias. Também devem ser analisados os dados das caixas-pretas, equipamentos de radar e outras informações que ajudem a identificar a causa do acidente, disse Hersman à emissora de TV "CNN".
Fotos tiradas por sobreviventes mostraram passageiros correndo para longe do avião, após o acidente. Uma espessa fumaça subia da fuselagem, e imagens de TV mostraram mais tarde o avião sem parte da causa e semi-destruído.
Instrumento desligado
Um instrumento do Aeroporto de San Francisco usado para ajudar pilotos na aproximação com a pista estava desativado na hora do acidente, disse a "CNN", atribuindo a informação a um boletim da Administração Federal de Aviação (FAA), entidade que fiscaliza o setor nos EUA.
Chamado de Instrumento de Sistema de Pouso (ILS, na sigla em inglês), o mecanismo está sendo analisado pelas equipes que investigam as causas do acidente. O ILS se integra com a cabine de comando do avião e ativa um sinal sonoro, emitindo alarme no caso de problema com a altura do voo, disse o consultor Mark Weiss à "CNN".
Weiss é piloto aposentado do mesmo modelo de avião que caiu em San Francisco, o Boeing 777. "Você escuta uma voz mecânica dizendo ´muito baixo, muito baixo´. É bom que funcione, mas não tem papel fundamental", afirmou. Outros sistemas na aeronave tem função similar ("redundante", nas palavras do piloto) que fornecem avisos se o avião está em altura muito baixa, disse o consultor, que afirma ter pousado aeronaves deste tipo "centenas de vezes".
"Há vários sistemas que auxiliam os pilotos" no voo e no pouso, disse Deborah Hersman, diretora do Comitê Nacional Pela Segurança no Transporte, em entrevista à "CNN".
Duas mortes
As pessoas mortas no acidente com o avião da empresa Asiana Airlines são duas estudantes chinesas de 16 anos e foram identificadas, informou a agência de notícias Associated Press. Ye Mengyuan e Wang Linjia estudavam em uma escola no leste da China. Dos 291 passageiros do avião, 141 eram chineses.
A companhia sul-coreana não acredita que o acidente foi causado por falha mecânica. No entanto, a empresa recusou-se a dizer que a culpa do acidente foi por um erro do piloto - a Asiana afirmou que os três capitães da aeronave foram treinados em conformidade com os regulamentos coreanos e tinham mais de 10 mil horas de vôo de experiência.
"Por enquanto, nós reconhecemos que não houve problemas causados pelo avião ou pelos motores", disse Yoon Young-doo, presidente e CEO da companhia aérea, em uma entrevista coletiva de imprensa neste domingo, na sede da empresa, informou a agência de notícias Reuters.
Fonte: G1
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