André Costa
Abrir as torneiras e desfrutar de águas limpas parece um fato tão normal no dia-a-dia que chega a assustar quando essa regra vira exceção, como vem acontecendo no distrito de Amaro, município de Assaré. Há um mês o Site Miséria já havia denunciado a má qualidade da água que chega às casas da cidade de Aiuaba pelo sistema de abastecimento.
O problema recorrente nas duas localidades expõe a falta de estrutura que muitas famílias interioranas vivem em pleno século XXI. Expostas a doenças e impotentes na solução do problema, o agricultor Amarildo da Silva traduz a realidade da comunidade. “O descomprometimento do poder público é tão grande que chega a revoltar; até o básico está faltando, nem a água pra lavar roupa ou fazer comida nós temos. A gente só é lembrado em tempos de eleição”, diz Silva, com tom de indignação.
O pedagogo Agnaldo Belizário, utiliza-se de sua rede social para mostrar a “coloração da água”, que “naturalmente seria incolor, mas em nossa terra ganha tons amarelados e esverdeados, em dados momentos”. Belizário explica que “por [a agua] não ser tratada, a população sofre e passa por dificuldades, até nas atividades mais básicas e elementares, como escovar os dentes e tomar banho, ficam comprometidas”.
Além da cor, a água chega às casas com um “cheiro insuportável” e o resultado de seu contato com a população estar no aumento significativo de pessoas adoentadas. Especialistas afirmam que o consumo, ou até mesmo o contato com águas impróprias podem ocasionar doenças como diarreia, cólera, leptospirose, hepatite ou esquistossomos.
Enquanto o problema não é solucionado, Agnaldo explica o meio encontrado pelos quase quatro mil habitantes do distrito de Amaro, para contornarem a falta de água potável. “A solução é ir até casas vizinhas que a água chegue limpa, pelo menos para tomar banho e comprar água mineral para beber e cozinhar”, lamenta. “Enquanto isso, cobramos uma resposta concreta e ágil das autoridades”, acrescenta.
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