sábado, 8 de fevereiro de 2014

Cinegrafista fica gravemente ferido durante protesto contra tarifa no Rio

Atualizado em 07/02/2014 22h37

Cerca de mil pessoas se reuniram pacificamente na Igreja da Candelária.
Santiago Ilídio Andrade foi atingido na cabeça enquanto trabalhava.

Do G1, em São Paulo

Um cinegrafista da rede Bandeirantes ficou gravemente ferido na quinta-feira (6), no Centro do Rio de Janeiro, quando registrava um protesto contra o aumento nas passagens de ônibus. A Polícia Militar afirma que a bomba foi atirada por vândalos. Mas um repórter da Globo News que acompanhava a manifestação disse que o artefato partiu da PM. (Veja ao lado a reportagem completa exibida no Bom Dia Brasil)
No fim da tarde, cerca de mil pessoas se reuniram na Igreja da Candelária. A manifestação foi contra o aumento na tarifa do transporte coletivo, que passa, neste sábado (8), de R$ 2,75 para R$ 3 – um reajuste de 9,09%. E começou pacífica. Estudantes, integrantes de partidos políticos e black blocs caminharam em direção à Central do Brasil.
Dentro da estação de trem, mascarados subiram nas catracas, e algumas foram quebradas. Houve confronto com a Polícia Militar e muita correria. Passageiros passaram mal e outros fugiam do tumulto.
Do lado de fora da Central do Brasil, mais confusão: um grupo atirou paus e pedras em PMs, que revidaram lançando bombas de efeito moral. Vândalos arrancaram placas de metal para usar como escudo e chutaram tapumes. Baderneiros também apedrejaram uma delegacia e fizeram fogueira no meio da rua, impedindo a passagem de carros e ônibus. Eles também derrubaram um dos portões principais da Central do Brasil.
Montagem 2 - cinegrafista da Band é atingido em protesto no Rio (Foto: Agência O Globo)Cinegrafista da Band é atingido na cabeça em
protesto no Rio (Foto: Agência O Globo)
Fotos da Agência O Globo mostram o momento em que o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Band, é atingido na cabeça (veja ao lado).
O funcionário está em pé, com a câmera no ombro, trabalhando no meio da praça. No primeiro registro, é possível ver um rastro de fogo com faíscas perto das costas dele.
Na sequência, a imagem mostra uma explosão na cabeça do cinegrafista. Uma grande quantidade de fogo se espalha. Na cena seguinte, ele se curva, ainda com a câmera no ombro, e é possível ver muita fumaça.
Momentos depois, o repórter cinematográfico da TV Globo Júnior Alves se aproxima e registra a imagem do cinegrafista da Band caído no chão.
Comandante do 5° Batalhão da Polícia Militar (BPM), Luis Henrique Marinho, informou à assessoria de imprensa da PM que, na hora do incidente, estava a 30 metros do local onde o cinegrafista foi atingido. O comandante disse ter visto pessoas vestidas de preto lançando morteiros, e um desses explosivos teria caído na cabeça do funcionário da Band.
Ao contrário do que afirmou o comandante, o repórter da Globo News Bernardo Menezes, que acompanhava a manifestação, relatou que no fim da noite de quinta, no Jornal das Dez, as bombas de efeito moral teriam partido da polícia. Segundo o jornalista, que estava a poucos metros da confusão, um desses arteatos estourou perto do cinegrafista da Band, que caiu na hora.
O Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, divulgou que o cinegrafista foi ferido na cabeça, teve um afundamento craniano e foi operado à noite. No início da madrugada desta sexta-feira (7), a Secretaria da Saúde informou que a operação de Santiago Andrade foi concluída e que a hemorragia no ferimento, controlada. Ele continua em estado grave, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da unidade. Outras sete pessoas também ficaram feridas na manifestação.
Outros 6 feridos também foram encaminhados para o hospital. Um deles passou a noite internado em observação. Os demais foram liberados.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota repudiando a agressão ao cinegrafista da Bandeirantes. A Abraji informa que ainda não se sabe quem disparou o artefato – se policiais ou manifestantes. Afirma também que é necessária uma apuração rápida do que ocorreu para que procedimentos sejam revistos e para que o estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista.
A TV Bandeirantes também divulgou nota, informando que o cinegrafista Santiago Andrade foi ferido na cabeça por um artefato – e que não se sabe, por enquanto, se por uma bomba de gás lacrimogêneo ou de fabricação caseira. O comunicado diz também que a Band espera no hospital, junto à família de Santiago, os resultados da cirurgia.
A TV Globo também lamenta profundamente o episódio e acompanhará de perto o caso até que tudo seja esclarecido. E se solidariza com a família do cinegrafista da Bandeirantes, Santiago Andrade.

Nota da redação:  Horas depois da publicação desta reportagem, surgiram novas informações e imagens do protesto em que o cinegrafista da TV Bandeirantes foi ferido. Veja a reportagem do Jornal Nacional.

Deputado petista diz que cubana não faz falta e a chama de ´embriagada´








O deputado Zé Geraldo (PT-PA), no plenário da Câmara. (Foto: Saulo Cruz/Ag.Câmara)
O deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) atacou nessa quinta-feira (6) a médica cubana Ramona Matos Rodriguez, que deixou o programa Mais Médicos no último sábado (1º). Na tribuna da Câmara, o petista disse que a estrangeira "não faz falta" em Pacajá, onde trabalhava, e que ela teria sido vista "embriagada" na cidade.

Ramona Rodriguez diz ter fugido de Pacajá no último sábado (1º) depois de descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos recebem, segundo ela, recebem US$ 400 (cerca de R$ 965). Ela disse ter se sentido "enganada" pelo governo cubano e disse que só soube do salárias dias antes da viagem.

O deputado Zé Geraldo, que diz ter "atuação parlamentar" na cidade, disse que Ramona "foi vista várias vezes totalmente embriagada, a ponto de que nem seus colegas cubanos querem ela mais lá". O deputado não mencionou nomes de quem teria visto a médica assim.

O petista ainda disse que Pacajá "não quer essa médica lá" e que "ela não se enquadra". "É bom que ela volte para o seu país de origem, porque ela não tem condições prestar serviço médico aqui no Brasil", disse.

O deputado disse ter em mãos uma nota do presidente do Conselho de Saúde de Pacajá com críticas à médica. "Os deputados de oposição, que a receberam em seu apartamento aqui em Brasília, podem fazer uma vaquinha, pagar um salário para ela, e podem levá-la para onde quiser".

Nesta quinta, Ramona Rodriguez disse que pedirá à Justiça trabalhista indenização por danos morais e para receber a diferença do salário de R$ 10 mil oferecido pelo governo brasileiro que, segundo a médica, não foi pago a ela durante os quatro meses em que trabalhou no país.

Com ajuda do DEM, a médica também protocolou no Ministério da Justiça pedido de refúgio no Brasil, alegando ter medo de voltar a Cuba.

Fonte: G1

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