segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Crato-CE: Ídolo do Corinthians, Casagrande fala sobre seu drama com as drogas para alunos


Robson Roque
“Sou acompanhado por psicólogas todos os dias, faço uma terapia psiquiátrica toda semana e eu ainda não virei o jogo" (Foto: Chinês/ Agência Miséria)
Ex-jogador da Seleção Brasileira e ídolo do Corinthians, Casagrande esteve em Crato na tarde desta sexta-feira onde proferiu palestra para cerca de 200 alunos de escolas da rede pública de ensino municipal e estadual. Na oportunidade, ele falou sobre os problemas que teve com as drogas e como enfrentou o drama. A palestra faz parte do programa “Ceará sem Drogas”, da Assembleia Legislativa do estado do Ceará.

“A pessoa procura algo que dê prazer a ela e acaba encontrando a droga que dá um prazer falso, mas dá um prazer inicial. Você se sente bem com aquilo e acaba te levando pro buraco, enquanto que existem tantas outras coisas que atualmente vão te satisfazer”, disse o ex-jogador que hoje é comentarista de jogos da TV Globo.

Durante o encontro com os alunos, “Casão” falou sobre o drama que passou para enfrentar as drogas quando esteve internado por um ano, em 2008. Atualmente ele participa de palestras e até lançou um livro para ajudar dependentes químicos a abandonar o vício.

“Eu fiquei internado um ano, saí da internação continuei tentando me manter numa vida normal, numa vida tranquila. Não é fácil de fazer isso, mas também tem o prazer de ajudar outras pessoas. Então acho que uma coisa compensa a outra. O esforço que o dependente químico faz para se manter limpo compensa com a possibilidade de ele poder ajudar outras pessoas”.

Fazendo uma analogia com o futebol, Casagrande relatou que sempre existirá a luta contra a dependência química e descreveu o que faz por si hoje:

“Sou acompanhado por psicólogas todos os dias, faço uma terapia psiquiátrica toda semana e eu ainda não virei o jogo. O jogo você nunca vira, você fica a vida toda lutando para não ter recaída. É um jogo que o melhor resultado que você tem é o empate, você fica aqui e a droga ali”.
"O jogo você nunca vira, você fica a vida toda lutando para não ter recaída. É um jogo que o melhor resultado que você tem é o empate, você fica aqui e a droga ali”. (Foto: Chinês/ Agência Miséria)


Ele falou, também, sobre como surgiu o seu livro “Casagrande e seus demônios”:

“O livro inicialmente era para contar uma história, uma biografia e, no final de tudo, o mais importante de tudo é o resultado das pessoas que leem o livro e conseguem uma ajuda. Muitos, ele mesmo que precisa de ajuda, tantos outros me procuraram dizendo que o livro ajudou alguém da família ou uma pessoa próxima. Me interessa muito o resultado dessa palestra, importante saber qual foi o resultado do esforço do projeto, de contar minha historia toda hora que não é uma coisa simples para mim, porque foi uma fase muito difícil da minha vida que não é simples sentar e ficar relembrando os momentos difíceis que passei”.

Não se esquivou de falar de futebol e acredita que a Seleção Brasileira é candidata a conquistar o título da Copa do Mundo.

“Se a Seleção jogar com a intensidade que jogou a Copa das Confederações tem uma grande chance de ganhar o título. É um dos favoritos. O Brasil jogou muito bem a Copa, se repetir aquilo tem grandes chances de ser campeão”.

Por fim, o ex-jogador valorizou o projeto cearense e cobrou maior atuação do Estado no combate às drogas. Segundo ele, o futebol facilita aos jogadores entrarem nesse “mundo”, contudo ela não está atrelada só nas quatro linhas.

“O que falta no país em relação de combate às drogas são manifestações organizadas pelo governo, municípios, coisas sérias principalmente na parte de esclarecimento do que é o dependente químico, do que é o uso de drogas. Acho que esse projeto aqui é excelente e é por isso que eu tô cooperando com ele”

“A droga atualmente está junta com todas as situações, não é só exclusiva do futebol. A experiência que eu tenho por ter sido um atleta e por ter tido um problema com drogas, fica muito mais fácil de eu conseguir passar essa parte relacionada ao esporte, que tem que ter uma preocupação muito séria em relação a esse contato com as drogas onde a facilidade é muito grande”, finalizou.
Palestra do ex-jogador e agora comentarista da Globo foi bastante concorrida (Foto: Chinês/ Agência Miséria)

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