quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

João Paulo Cunha se entrega na Papuda após ter prisão decretada









Deputado João Paulo Cunha. (Foto: Jorge William / Agência O Globo)
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) se entregou no Complexo Penitenciário da Papuda, nos arredores de Brasília, na tarde dessa terça-feira (4) para iniciar o cumprimento da pena imposta no processo do mensalão. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, assinou o mandado de prisão no início da tarde.

Um dos poucos condenados da ação penal 470 que permanecia em liberdade, o parlamentar petista passou a manhã em seu apartamento em Brasília. Mais cedo, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o parlamentar, viajou de São Paulo para Brasília na expectativa da ordem de prisão.

Com Cunha, são 18 os presos por ordem do Supremo no processo do mensalão - deles, José Genoino está em prisão domiciliar. Outros três cumprem penas alternativas, dois aguardam julgamento de recurso (João Cláudio Genu e Breno Fischberg), um está foragido (Henrique Pizzolato) e outro aguarda definição sobre início do cumprimento da pena (Roberto Jeferson).

Durante a tarde, havia a expectativa de que João Paulo Cunha comparecesse a ato no estacionamento entre o Supremo e o Congresso, onde um grupo de militantes do PT está acampado desde novembro do ano passado em apoio aos petistas presos - nesta segunda, ele almoçou com os militantes. A filha do parlamentar, Juliana, esteve no local, mas não quis falar com a imprensa. Ela foi embora pouco antes de o assessor do deputado anunciar, em meio ao evento, que Cunha já tinha se entregado diretamente na Papuda.

Condenado a 9 anos e 4 meses por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva em regime fechado, João Paulo Cunha deverá cumprir inicialmente a pena de 6 anos e 4 meses no semiaberto, que dá direito a autorização para trabalho externo durante o dia, porque tem recurso pendente em relação à pena de lavagem, cuja punição é de três anos.

Férias de Joaquim Barbosa

Antes de Barbosa sair de férias no começo de janeiro, ele decretou o fim do processo do mensalão para Cunha, mas não expediu o mandado de prisão. Barbosa reassumiu a presidência do tribunal nesta segunda e, nesta terça, expediu o mandado.

Os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram a presidência do tribunal provisoriamente por conta da ausência de Joaquim Barbosa, não tomaram nenhuma decisão sobre o caso. Durante a viagem, Barbosa chegou a criticar os colegas de tribunal por não terem assinado a ordem de prisão do parlamentar, mas ninguém se envolveu na polêmica.

Na Europa, Barbosa também comentou uma entrevista dada por João Paulo Cunha, que criticou a atuação do presidente do Supremo. O magistrado afirmou que não ficaria "de conversinha com réu" e afirmou que, na opinião dele, a imprensa dá espaço indevidamente a condenados e que eles deveriam permanecer no "ostracismo".

A declaração gerou reações entre petistas e, segundo o coordenador da área jurídica do PT, Marco Aurélio Carvalho, foi responsável pela arrecadação de R$ 1 milhão em doações para o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares pagar a multa imposta no julgamento do processo do mensalão.

Ato perto do Supremo

Durante o ato de apoio a João Paulo Cunha perto do STF na tarde desta terça estiveram presentes os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ) e Érika Kokay (PT-DF) e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Luiz Sérgio e Suplicy criticaram a declaração do ministro do STF Gilmar Mendes, que colocou sob suspeita as doações de militantes para pagamento de multa de petistas condenados no processo do mensalão.

"Gilmar Mendes não pode agir de forma irresponsável e leviana como líder da oposição. Está fazendo acusação a cada um dos militantes e a um ex-presidente do STF (Nelson Jobim) que doou R$ 10 mil ao companheiro José Genoino. Isso não é papel de ministro do Supremo, mas de líder da oposição pequena", disse Luiz Sérgio em discurso.

Suplicy também afirmou que "desafia" Mendes a apontar irregularidades nas doações de petistas.

Fonte: G1

Proibido de usar bermuda, funcionário público vai trabalhar de saia








Sem ar-condicionado no trabalho, André usou a saia da esposa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sem ar-condicionado no serviço há pelo menos quatro anos, o funcionário público André Amaral, de 41 anos, usou a criatividade para afugentar o calor escaldante do Rio de Janeiro: trocou a calça comprida pela saia da esposa. A solução chegou a causar estranhamento no porteiro do Centro Administrativo do Estado do Rio, no Centro, que a princípio, tentou barrar André, mas já é um sucesso entre os colegas e também os internautas.

- Já tenho mais curtidas no Facebook do que amigos! Foi tudo simples e rápido de resolver. As pessoas acabam obedecendo regras que não sabem de onde veio. Venho sempre de bicicleta e resolvi simplificar. Estamos sem ar-condicionado e, mesmo com esse calor, o problema não foi solucionado - contou.

Segundo André, até mesmo o coronel da Polícia Militar responsável pelo local teria sido ponderado e sensato. “De saia pode!”, teria dito o militar ao porteiro, perimitindo a entrada do funcionário.

Como ainda faltam pelo menos dois meses para o final do verão, as saias podem virar parte do armário do carioca.

- Claro que vou usar novamente! Já tá programado! Estou me sentindo muito melhor, ficava com pressão baixa. Minha esposa dividiu essa, mas gostei tanto que acho que nao vai voltar pra ela não! - brincou André.

Apesar do bom humor, a situação dos servidores do CAERJ não é fácil. Além da falta de ar-condicionado, alguns dos ventiladores comprados em um rateio dos próprios funcionários foram roubados.

- Uma funcionária da minha sala desmaiou hoje e ainda por cima não tinha socorrista. A saia foi uma solução, já que de outro jeito não há condições de trabalhar - relatou.

Fonte: Extra Online

Médica cubana deixa Mais Médicos e diz que pedirá asilo no Brasil

 







A médica cubana Ramona Matos Rodriguez, em entrevista à imprensa na liderança do DEM. (Foto: Nathalia Passarinho/G1)
A médica cubana Ramona Matos Rodriguez buscou abrigo nessa terça-feira (4) no gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados depois de abandonar o programa Mais Médicos, do governo federal. Ramona afirmou que pedirá asilo ao governo brasileiro.

Ela contou que "fugiu" no último sábado (1) de Pacajá, no Pará, onde atuava em um posto de saúde, depois de descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos recebem, segundo ela, recebem US$ 400 (cerca de R$ 965).

Segundo ela, outros US$ 600 são depositados em uma conta em Cuba e liberados aos profissionais depois do término do contrato no Brasil. Ramona disse que chegou a Brasília no próprio sábado, mas não quis informar o local.

Ela contou que pediu ajuda ao deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) para que pudesse ter a segurança assegurada, mas não explicou como conhece o parlamentar, um dos mais duros críticos do programa federal.

"Eu penso que fui enganada por Cuba. Não disseram que era o Brasil estaria pagando R$ 10 mil reais pelo serviço dos médicos estrangeiros. Me informaram que seriam 400 dólares aqui e 600 pagos lá depois que terminasse o contrato. Eu até achei o salário bom, mas não sabia que o custo de vida aqui no Brasil seria tão alto", afirmou a cubana.

De acordo com Ramona, o governo cubano também havia informado que os médicos poderiam trazer familiares para o Brasil, o que, segundo ela, não ocorreu. “Tem gente tentando trazer os parentes e não conseguem.”

A médica relatou ainda que tinha permissão do governo cubano para visitar outras cidades do Brasil, mas destacou que precisava avisar do deslocamento a um “supervisor cubano”, que ficava em Belém.

Ramona afirmou que chegou ao Brasil em dezembro e mostrou a jornalistas um contrato firmado com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, empresa que teria intermediado a vinda da médica ao país.

No lançamento do programa no ano passado, o governo divulgou que o acordo com Cuba foi intermediado pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), que receberia R$ 510 milhões por um semestre de serviços, repassando parte do dinheiro a Havana.

Abrigo na Câmara

A cubana foi apresentada no plenário da Câmara por Caiado, que relatou a fuga e disse que ela ficaria no gabinete da liderança do partido até obter o asilo. Segundo o deputado, o advogado do partido ingressará nesta quarta (5) com pedido no Ministério da Justiça para que Ramona possa permanecer em definitivo no Brasil.

"O DEM se coloca à disposição com estrutura física e jurídica. Pedimos ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, segurança e vamos adaptar o gabinete para que ela possa ficar aqui, colocar colchão, providenciar local para banho", disse.

O deputado ainda garantiu que o gabinete estará aberto para todos os médicos cubanos que quiserem se "refugiar"

A cubana afirmou que não deixará a Câmara porque teme ser presa. Ela afirmou ainda estar preocupada com a filha, que mora em Cuba. "Tenho uma filha que é médica e mora lá. Esse é o grande problema", disse.

Ramona tem 51 anos e atua como médica há 27 anos. Ela afirmou que sua especialidade é clínica médica. O deputado Ronaldo Caiado disse que se a médica não obtiver asilo do governo brasileiro, será presa em Cuba por "desertar" o país.

Fonte: G1

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