terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Juazeiro do Norte-CE: Demora no recolhimento de corpo comove e revolta população









Robson Roque
Severino foi encontrado morto, caído em uma cerca num terreno baldio (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
No final da tarde do último sábado (22), populares acionaram a polícia informando que um homem de 39 anos acabava de ter sido encontrado morto, caído em uma cerca num terreno baldio ao lado de uma residência. A cena comoveu quem a observava, contudo minutos depois tomou tons de revolta já que a vítima só foi retirada do local somente oito horas e meia depois, mesmo com o “rabecão” tendo ido até o local e chegando a não atender à ocorrência, afirmando ser de responsabilidade do Sistema de Verificação de Óbitos já que no corpo não havia nenhuma marca de violência que, por sua vez recolocou a tutela do cadáver ao IML.

O caso de Severino não é tão raro de se notar na Região do Cariri, notadamente no triângulo Crato-Juazeiro-Barbalha. Nesta última cidade está localizado o Sistema de Verificação de Óbitos (SVO), criado em julho de 2009 “para suprir as necessidades de atestar óbitos de causas naturais sem assistência médica”, de acordo com o seu diretor geral, o médico Cláudio Gleidstone de Lima.

A vítima foi retirada do local somente oito horas e meia depois de ter morrido
(Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)

Durante a verificação de outros óbitos muitas das vezes as famílias sofrem uma segunda dor: a de esperar para poder velar o corpo do seu ente querido. Em algumas delas a espera pode ser ainda mais demorada e dolorosa. Severino somente pôde ter o seu atestado de óbito liberado no dia seguinte do seu falecimento e na segunda vez em que esteve no SVO de Barbalha. No final, seus parentes só puderam velar seu corpo por alguns instantes, já na manhã de domingo quando foi feito o seu sepultamento no cemitério São João Batista.

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